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Alunos do 3º Ciclo do RenovaDF atuam na reforma de espaços públicos

Depois das aulas práticas, inscritos aplicam conhecimentos em locais como o canteiro da Avenida Hélio Prates; participantes avaliam programa como instrumento para mudar de vida

 

Conseguir um emprego, ganhar dinheiro para ajudar nas contas, ambientar-se em um novo país… As razões que levam uma pessoa a inscrever-se no RenovaDF – programa de capacitação profissional do Governo do Distrito Federal (GDF) – são várias. Mas, no fundo, o objetivo é o mesmo: ter uma oportunidade para mudar de vida.

O programa está no terceiro ciclo. Os mais de 3 mil alunos convocados, um recorde histórico, começaram as aulas teóricas no início deste mês. Nos últimos dias, passaram a aplicar os conhecimentos na prática, reformando espaços públicos do Distrito Federal.

Mais de 3 mil alunos foram convocados para o terceiro ciclo do RenovaDF, um recorde histórico; as aulas começaram no início de outubro | Foto: Matheus H. Souza/Agência Brasília

Um desses espaços é o canteiro central da Avenida Hélio Prates, que cruza Taguatinga e Ceilândia, onde é feita a recuperação das pedras portuguesas. Entre as alunas que atuam no local, está Ivanilda Pereira, 35 anos, que buscou o programa por estar há muito tempo desempregada. “Muitas pessoas que eu vi que fizeram, depois de um tempo, arrumaram um serviço e falaram para mim que era muito bom”, conta.

A história é semelhante à de Regiane Rodrigues, 26: “Não estava nem com fé de que ia ser chamada. Quando vi meu nome na lista, fiquei feliz demais. Estou achando maravilhoso, uma oportunidade muito grande, sei que foi Deus que abriu as portas para mim, porque eu pedia muito para arrumar alguma coisa para mostrar para meu filho que eu ia conseguir”.

A aprendiz Regiane Rodrigues não acreditava que seria chamada para integrar o programa: “Quando vi meu nome na lista, fiquei feliz demais. Estou achando maravilhoso, uma oportunidade muito grande”

A preocupação com os filhos também foi o que fez Ruth Vasquez, 42, não só buscar o Renova, mas mudar de país. Venezuelana, ela está há um ano e meio no Brasil e diz estar gostando de Brasília e da chance que recebeu no programa. “Vou sair com um diploma e seguir estudando. Não tive oportunidade no meu país e, se tenho oportunidade aqui, vou seguir me preparando para guiar meus filhos melhor”, aponta.

Além do diploma em Auxiliar de Manutenção da Construção Civil, pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), os alunos recebem uma bolsa de um salário mínimo durante os três meses do programa. Lucas Barbosa, 20, tem usado o dinheiro para pagar um outro curso, de barbeiro, para realizar o sonho de ter um negócio próprio. “Foi uma oportunidade que abriu uma porta para mim”, afirma. Mas ele também projeta usar os conhecimentos adquiridos no Renova na futura empreitada: “Quando tiver uma barbearia, poderei fazer minhas coisas, pintar, deixar tudo direitinho”.

Com o valor da bolsa oferecida pelo RenovaDF, Lucas Barbosa está pagando um curso de barbeiro para realizar o sonho de abrir a própria empresa: “Poderei fazer minhas coisas, pintar, deixar tudo direitinho”

Desde o início do programa, em 2021, cerca de 24 mil pessoas já foram capacitadas e mais de 2,3 mil equipamentos públicos foram reformados. Moradora da Ceilândia, Silvana Araújo, 36, celebra poder melhorar a própria região. “Vou passear por aqui e já posso falar para o meu filho: ‘Eu contribuí com isso aí’”, comenta, sobre o canteiro da Hélio Prates. Mas Silvana não quer que esse projeto seja seu último no Renova. Após o curso, ela espera estar entre os selecionados para as vagas de estágio remunerado em empresas da construção civil: “Já estou pensando em ser chamada entre os 600 [selecionados]”.

 

Por Fernando Jordão, da Agência Brasília | Edição: Carolina Caraballo
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