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Armadilha contra a dengue mapeia áreas de maior incidência do Aedes aegypti

Saiba como funciona o dispositivo que coleta e extermina os ovos do mosquito. Levantamento aponta locais onde o controle do inseto deve ser reforçado

Para saber onde as ações de combate à dengue são mais urgentes, primeiro é necessário saber quais as áreas com mais incidência do Aedes aegypti. Nessa linha, os agentes de vigilância ambiental instalaram armadilhas em 15 pontos considerados estratégicos na captura de ovos do mosquito, as chamadas ovitrampas.

As armadilhas servem principalmente para que seja possível um mapeamento das áreas mais frequentadas pelo mosquito da dengue, antes que os casos apareçam. Elas são colocadas nos quintais das casas, com distâncias específicas de 200 a 300 metros uma da outra, de acordo com o tamanho da população da cidade.

Como funciona

A armadilha é composta por um recipiente preto que contém uma mistura de levedo de cerveja, inseticida e água, além de um palete de madeira que funciona como anteparo e é exatamente onde o inseto pousa para colocar os ovos.

Os mosquitos circulam em uma área média de 300 metros. Como o levedo torna a armadilha mais interessante para o Aedes aegypti, o criadouro simulado ganha a “disputa” contra os criadouros reais e isso impede que os insetos se multipliquem.

De acordo com o biólogo da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), Israel Moreira, a armadilha é segura e eficiente, pois o inseticida impede que as larvas do mosquito se desenvolvam.

“É uma ação fundamental porque, se nós sabemos onde estão os mosquitos, conseguimos agir antes de aparecer a doença, otimizando os recursos humanos e insumos. Sem contar que o controle fica mais preciso”, destaca o biólogo.

Mapeamento

O dispositivo fica durante uma semana nas casas. Depois dos sete dias, os ovos são coletados e a solução, trocada. Os ovos são encaminhados para o laboratório, onde são contados e é feito o registro do posicionamento da armadilha no mapa.

A partir daí, é possível fazer um levantamento de áreas prioritárias, como se fosse um mapa de calor. Segundo Israel, nas áreas mais quentes, as ações são intensificadas. Até o momento, as armadilhas estão espalhadas por Sobradinho, Gama, Recanto das Emas, Água Quente, Riacho Fundo I e II, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Samambaia, Lago Sul, Cruzeiro, Brazlândia, Ceilândia, Guará, Taguatinga e Itapoã.

Cerca de 2.700 armadilhas já foram colocadas em diversas regiões do DF de 2019 até este ano. A periodicidade – semanal ou mensal – das armadilhas varia de cidade para cidade.

O biólogo ressalta, ainda, que, apesar de o material coletado ser destruído, as armadilhas não controlam a população do mosquito, mas mostram onde está a maior concentração. O gestor reforça a importância da colaboração da comunidade, tanto para receber os agentes de vigilância ambiental quanto para atitudes básicas de combate à proliferação do mosquito da dengue.

“Cooperar com os agentes, não deixar água parada, resolver o que está ao alcance. Às vezes você não precisa chamar a vigilância para virar uma garrafa com água parada que tenham larvas, você mesmo pode jogar a água fora e não dar tempo para o mosquito eclodir”, observa.

Jak Spies, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader

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