Com chegada da água, produtores da região de Ceilândia poderão ampliar cultivo de hortaliças e criação de animais; obra tem 6 km de extensão
Produtores rurais ligados à Associação dos Usuários do Canal do Córrego da Coruja, em Ceilândia, em breve vão trocar a captação improvisada de água do riacho pelo abastecimento por um canal tubulado de 6 km de extensão. A obra, iniciada na semana passada, deve levar quatro meses para ser concluída e vai beneficiar 48 propriedades rurais, que utilizarão a água em atividades agrícolas e pecuárias.
Segundo o assessor da Emater-DF Edvan Sousa Ribeiro, os produtores que utilizavam a água do córrego tinham um sistema de captação de água rudimentar, com uso de mangueiras. “O canal é tubulado e agora utilizaremos os tubos adquiridos para levar água até as propriedades com um nível técnico melhor”, explica.
O material utilizado nas obras do Córrego da Coruja foi adquirido por meio de emenda parlamentar do deputado distrital Chico Vigilante (PT) e a execução é feita pela Secretaria de Agricultura em parceria com a Emater-DF e associação de produtores usuários do canal.
Idealizados para viabilizar o desenvolvimento rural da capital, os canais de irrigação levam água para o campo e tornam possível a alta produtividade agrícola no Distrito Federal. Ao todo, o DF possui 63 canais com cerca de 230 km de extensão, que beneficiam diretamente mais de mil produtores rurais
O canal foi projetado para uma vazão de 50 mil litros de água por dia para cada propriedade. O gerente da unidade local da Emater-DF em Ceilândia, Aécio Prado, conta que na região há produção de frutas e hortaliças, e criação de peixes, frangos e pequenos animais. “Há também famílias de baixa renda e que tinham a produção limitada pela ausência de acesso à água. Agora a obra vai beneficiar a comunidade em aspectos econômicos e de segurança alimentar. Agora será possível expandir e diversificar a produção”, fala.
Edvan acredita que ainda este ano continuam as obras no ramal do Canal do Rodeador, no terceiro trecho do canal de Tabatinga, início de outra etapa no canal do Buriti Vermelho, no Jardim II, e início de obra em uma parte principal do canal do Rodeador. “Os canais de irrigação são formas sustentáveis de produção para a agricultura familiar, com efeitos diretos também na cidade, uma vez que não há vazão de água no percurso, sem desperdícios, e significam mais alimentos produzidos para a população. Essas obras têm sido realizadas graças ao envolvimento do GDF, da Emater, da Seagri e das comunidades, que também estão prestando todo apoio”, ressalta a presidente da Emater-DF, Denise Fonseca.
Revitalização de canais
A revitalização dos canais de irrigação de núcleos rurais que vem sendo realizada pelo governo do Distrito Federal nos últimos dois anos tem resultado no aumento da produção agropecuária e em sistemas mais eficientes e sustentáveis de gestão da água. Em algumas regiões, a área de produção deve ser ampliada em até 100 hectares com a chegada de água após 20 anos de espera. Em outros, a economia com as perdas por infiltração é suficiente para abastecer 100 mil pessoas – o equivalente à população de Sobradinho II ou à de São Sebastião.
Idealizados para viabilizar o desenvolvimento rural da capital, os canais de irrigação levam água para o campo e tornam possível a alta produtividade agrícola no Distrito Federal. Ao todo, o DF possui 63 canais com cerca de 230 km de extensão, que beneficiam diretamente mais de mil produtores rurais. Pensando em uma agricultura cada vez mais sustentável, o GDF recuperou, entre 2019 e 2020, 43 km de canais e ramificações. Neste ano, estão previstos mais 18 km de obras de tubulação de canais.
A recuperação, que elimina até 50% de perdas de água por evaporação ou infiltração, representa segurança na produção para os agricultores. Para a cidade, o benefício é duplo, além de alimentos frescos produzidos aqui mesmo no DF, a revitalização é garantia de mais água para os cidadãos das áreas urbanas.
*Com informações da Emater-DF