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Curso de técnicas de bordado usa arquitetura brasiliense como inspiração para artesanato

Formação gratuita foi oferecida pelo projeto Bordando Brasília, realizado com apoio do GDF; próximas oficinas serão de noções de design, identidade visual, marketing digital e gestão financeira, e disponibilidade de vagas deve ser conferida com organização

 

Reconhecida como museu a céu aberto, a capital federal serviu de inspiração para o curso de técnicas de bordado do projeto Bordando Brasília. A iniciativa é realizada pelo Núcleo de Arte do Centro-Oeste (Naco), com apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), no Museu Vivo da Memória Candanga (MVMC). A formação de técnicas de bordado foi concluída nesta semana, com participação de 25 alunas. O projeto segue em andamento até 7 de dezembro com mais quatro cursos gratuitos: design, identidade visual, marketing digital e gestão financeira. Após essa data, a coleção será vendida na loja Mãos Criativas, no Liberty Mall.

Uma das alunas da oficina foi a artesã Luciana Oliveira de Almeida, 55 anos. Ela conta que as novas habilidades vão impulsionar o trabalho que realiza com patchwork, técnica que usa retalhos para criar artigos de vestuário e décor. “No patchwork, podemos agregar bordados, pontos de cruz e até pintura. Vou agregar o bordado a mão livre nas peças, que era algo que eu já sabia fazer e aperfeiçoei aqui”, revelou.

Luciana Oliveira de Almeida aperfeiçoou a técnica que usava em suas peças e ainda aprendeu pontos novos | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./ Agência Brasília

Quem também gostou da prática foi a aposentada Marina Lúcia Oliveira, 64. “Sabia muito pouco de bordado e, rapidinho, peguei a técnica do ponto corrente, do ponto cheio e do ponto escama”, conta ela, que, após se aposentar, começou a buscar novos conhecimentos. “É um curso muito bom para aprender e para trabalhar a cabeça, fazer novas amizades.”

A sala de aula foi comandada pela mestre em artesanato Maria de Fátima Lima, bordadeira há mais de 20 anos e reconhecida pelo prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato. “Fico muito feliz em poder passar o meu saber para outras pessoas. Muitas chegaram iniciantes, sem bordar nada, e se desenvolveram muito. Com os pontos que elas aprenderam, podem seguir e deslanchar a carreira, porque o bordado, além de ser uma terapia, é uma renda”, afirmou.

Pontos turísticos de Brasília, como o Teatro Nacional e a Catedral Metropolitana, foram bordados nas obras, sob a consultoria de Cris Malheiros e Patrícia Herzog

Como produto final, as alunas bordaram elementos de monumentos que decoram o Cerrado brasiliense, como o Congresso Nacional, o Teatro Nacional e a Catedral Metropolitana, em colchas e capas de almofadas. As peças foram feitas com consultoria das designers Cris Malheiros e Patrícia Herzog.

“As formas de Brasília encantam o mundo inteiro e são ícones da identidade brasileira. Pensamos em uma coleção que sai de peças menores ou simplesmente utilitárias para peças que podem trazer sofisticação e elegância para ambientes, trazendo o bordado para uma outra escala”, observou Herzog.

Malheiros revelou que houve uma pesquisa detalhada sobre quais elementos deveriam compor as peças. “Trouxemos as linhas, formas e cores do Cerrado, do pôr do Sol, das folhas secas quando caem ao chão. E é uma coleção atemporal, moderna e pensada para encantar os brasilienses, quem nos visita e o mercado, além de que pode ser trabalhada em diversos outros produtos”, disse. “A intenção foi abrir o olhar para a nossa cidade e conseguimos. Os produtos estão prontos para ir para o mercado e participar de diversos segmentos em que a decoração é bem-recebida; a intenção é que elas prosperem.”

Conhecimento

Caroline Palhares destaca que os cursos do projeto podem impulsionar a carreira dos artesãos da cidade

Interessados em participar dos próximos quatro cursos podem verificar se há vagas, pelo telefone (61) 99663-4740. As aulas são realizadas presencialmente, sempre das 14h às 17h, no MVMC. Ao final, todos os participantes, com frequência igual ou superior a 70% nas formações, receberão certificado.

Por Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader
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