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Curso para rodoviários aborda acessibilidade, assédio nos ônibus e respeito aos ciclistas

Treinamento aplicado pela Urbi faz parte da série de cursos para motoristas do transporte público coletivo do DF

 

A inclusão é o principal objetivo do treinamento para motoristas, aplicado pela empresa Urbi nesta quarta-feira (21). O curso faz parte da série de treinamentos que estão sendo realizados pelas concessionárias do transporte público coletivo do DF, seguindo as orientações da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob-DF).

Durante o treinamento, os instrutores da Urbi abordaram as dificuldades de acessibilidade no transporte público coletivo para idosos, pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida | Foto: Divulgação/Semob e Urbi

Foram três horas de atividades, na garagem da empresa, em Samambaia, com a participação de 30 motoristas e de 10 cobradores que estão sendo preparados para assumir a função de condutor. O secretário titular da Semob, Zeno Gonçalves, destacou a importância da preparação dos rodoviários para melhorar a prestação do serviço de transporte público aos passageiros.

“Nas pesquisas e nas ocorrências de Ouvidoria, a gente percebe que o usuário espera uma experiência melhor no uso do transporte público. E nós temos de ter um cuidado especial com aquelas pessoas que precisam de maior atenção. Os rodoviários realizam o trabalho que representa todo o investimento feito pelo GDF para manter o transporte funcionando e sem aumento de tarifa, mesmo com os custos se elevando a cada ano. Cada atitude dos rodoviários é importante, seja com os passageiros, seja com os ciclistas, pois precisamos melhorar a percepção das pessoas com o transporte coletivo do DF”, afirmou.

Durante o treinamento, os instrutores da Urbi abordaram as dificuldades de acessibilidade no transporte público coletivo para idosos, pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Os motoristas ouviram palestra e puderam conversar com a presidente da Associação Brasileira de Deficiência Visual (ABDV), Helena Pereira. Compartilharam experiências e debateram sobre as dificuldades tanto do passageiro quanto dos rodoviários.

A presidente da Associação Brasileira de Deficiência Visual (ABDV), Helena Pereira, que nasceu com catarata em função de a mãe ter sofrido rubéola na gravidez e ficou cega aos 15 anos, ressaltou a importância do treinamento

Helena Pereira contou que nasceu com catarata em função de a mãe ter sofrido rubéola na gravidez e, aos 15 anos, já com glaucoma, perdeu a visão residual que tinha até então, ficando cega. Na conversa com os rodoviários, ela ressaltou a importância do treinamento.

“Essa iniciativa é fundamental e acho que deveria ser obrigatória para todas as empresas no movimento de reciclagem, porque as pessoas vão mudando, as nomenclaturas vão mudando e, acima de tudo, as deficiências vão aparecendo de nova forma. Tem as deficiências que são invisíveis, as pessoas usam colar de identificação, mas quanto mais o rodoviário tiver informação, mais a gente fica em posição de conforto”, explicou a presidente da ABDV.

O instrutor da Urbi, Samuel Vinicius Pereira Farias, orientou os motoristas sobre o papel dos condutores e a importância de se observar as regras de circulação para proporcionar um trânsito seguro nas vias do DF

“Se o rodoviário souber como atender a cada deficiente, a pessoa com deficiência terá mais segurança para sair de casa e para usar o transporte público. Uma coisa que eu acho muito importante é que esse tipo de treinamento ajuda a aproximar o público do rodoviário e quebra as barreiras. Na medida em que o rodoviário sabe como se dirigir e que ali na sua frente tem uma pessoa que precisa de atenção especial, isso faz toda a diferença pra gente”, afirmou Helena Pereira.

 

Por Agência Brasília, com informações da Semob-DF | Edição: Saulo Moreno
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