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Deputados “Refletem” Sobre Enfrentamento Da Pandemia No Dia Mundial Da Saúde

Defesa de compra direta de vacinas e do lockdown, elogio aos profissionais da saúde, isenção de impostos para escolas e melhores condições de trabalho para motoristas de ônibus foram alguns dos pontos discuidos em plenário

Defesa de compra direta de vacinas e do lockdown, elogio aos profissionais da saúde, isenção de impostos para escolas e melhores condições de trabalho para motoristas de ônibus foram alguns dos pontos discuidos em plenário
Foto: Carlos Gandra/Arquivo CLDF

A passagem, nesta data, do Dia Mundial da Saúde levou os deputados distritais a fazerem uma “reflexão” sobre a gestão da crise de saúde em âmbito local e federal, na sessão remota da Câmara Legislativa desta quarta-feira (7). Em meio a homenagens aos profissionais da área, vários dados foram apresentados para comprovar que o enfrentamento da pandemia não tem ocorrido de forma satisfatória, assim como foram evidenciados problemas decorrentes da falta de vacinas. A situação de várias categorias, como os rodoviários, também foi tema do debate.

O deputado Chico Vigilante (PT) destacou levantamento do jornal espanhol El País que registrou aumento na taxa de mortalidade de várias profissões, entre as quais frentistas de postos de combustíveis (68%), motoristas e cobradores (62%), vigilantes e terceirizados em geral (59%), e caixas de estabelecimentos comerciais, cujo índice ultrapassa os 100%. “Enquanto isso, o presidente da república trabalha contra a vacina”, comentou. Em relação ao DF, o parlamentar cobrou “um plano de imunização digno”.

Já Arlete Sampaio (PT) lamentou que o Distrito Federal tenha registrado, até ontem, 6.449 mortes por Covid-19. “A solução é uma só: lockdown de 21 dias, para baixarmos os índices de contaminação”, prescreveu, acrescentando que essa restrição “é totalmente compatível com a questão econômica”. Para ela, o momento exige que se reflita sobre a maneira como o país e as unidades da federação “enfrentam, ou não, a pandemia”. Também se referiu ao jornal inglês The Guardian, “que considerou Bolsonaro um perigo para o Brasil e o mundo”.

Para Leandro Grass (Rede), “o Poder Legislativo precisa se perguntar sobre o que mais pode fazer” para apoiar a população em geral e os setores mais prejudicados pela crise. Ele elogiou os profissionais de saúde que “têm desempenhado um papel sobre-humano, de verdadeiros heróis”, bem como os profissionais de imprensa, pelo Dia do Jornalista, comemorado hoje. E fez gestões para que a Câmara Legislativa investigue os gastos do GDF com as ações para enfrentar a pandemia.

Por sua vez, o deputado Delegado Fernando Fernandes (Pros) relatou visita que fez aos rodoviários e falou da situação: “Os motoristas e cobradores, além de enfrentarem a superlotação nos ônibus e pessoas que ainda se recusam a usar máscaras, trabalham em veículos em que não é tomada a temperatura dos passageiros e não há álcool em gel disponível”. Diante do quadro, o distrital propôs que seja instalada uma espécie de cabine de acrílico para a proteção desses profissionais.

Compra direta de vacinas

Tratando do Dia Mundial da Saúde, o deputado Jorge Vianna (Podemos) observou que a pandemia chamou a atenção da população para o trabalho dos profissionais do setor. “Acompanhamos a valorização e o reconhecimento da sociedade, porém, há no parlamento federal quem não dê atenção a quem promove a saúde”, reclamou, citando como exemplo uma proposta de carga horária de 30 horas semanais para o setor de enfermagem que tramita no Congresso Nacional há mais de duas décadas.

Enquanto o líder do governo na CLDF, deputado Hermeto (MDB) disse testemunhar o que classificou como “sofrimento da cúpula da saúde do Distrito Federal” ante a crise sanitária, a deputada Júlia Lucy (Novo) solicitou ao GDF que suspenda a cobrança do IPTU e da TLP das escolas particulares e dos salões de beleza. “O caixa do governo está recheado com mais de R$ 3 bilhões que entraram por meio do Refis, por isso, poderia ajudar dois setores que empregam muito e precisam de alento”, justificou.

O deputado Agaciel Maia (PL) defendeu a inclusão dos representantes comerciais, assim que for possível, na lista das prioridades de imunização contra o novo coronavírus. “A categoria é responsável pelo abastecimento de supermercados, farmácias e outros estabelecimentos”, argumentou, informando que cerca de uma centena desses profissionais já faleceram em consequência da Covid-19.

Ao final da sessão remota, o deputado Delmasso (Republicanos) comunicou sobre reunião da União Nacional dos Legislativos Estaduais (Unale) com a empresa União Química, instalada no Distrito Federal, representante do imunizante Sputinik V. “A Unale está preparando uma ação para que a aquisição possa ser feita diretamente, mediante legislação que dispensa a autorização da Anvisa nos casos em que o fármaco já foi aprovado por outras agências reguladoras reconhecidas pelo Brasil”, explicou o distrital, que preside a Comissão Nacional de Acompanhamento da Vacinação da entidade.

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