Com investimento em travessias seguras, Governo do Distrito Federal já reformou duas mil faixas de pedestre no primeiro semestre de 2024
Quem passou nesta terça-feira (8) pela faixa de pedestre próxima à Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, na Superquadra 307/308 Sul, percebeu uma movimentação diferente com a cor amarela em destaque, repleta de intervenções artísticas com bonecos, mímicos e a realização da blitz educativa. Tratava-se da ação para celebrar o Dia Nacional do Pedestre, promovida pelo Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) com o objetivo de destacar e continuar os trabalhos de conscientização e investimento em travessias seguras na capital.
O local foi escolhido de maneira icônica por ter sido o primeiro ponto do Quadradinho a receber uma faixa de pedestres no dia 1º de abril de 1997. Durante esses 27 anos de história, as faixas de pedestre são símbolos de segurança no trânsito e ainda hoje a sinalização é referência de respeito entre pedestres e condutores. Marca registrada em Brasília, o respeito à faixa é motivo de orgulho entre a população e foi reconhecido, recentemente, como Patrimônio Imaterial do DF pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do Distrito Federal (Condepac-DF).
“A faixa não é apenas um instrumento de preservação da vida, mas também um traço cultural importante da nossa gente. É sinal de que a cultura atravessa todos os nossos modos de vida e pode se tornar um importante vetor de transformação social”, observa o subsecretário do Patrimônio Cultural, Felipe Ramon.
Travessia segura
Durante a ação desta terça-feira também foi lançado um folder – 9 passos para andar com segurança –, destinado ao pedestre e contendo as principais orientações sobre deslocamento em calçadas, utilização da passarela e travessias na faixa de pedestre, na faixa semaforizada ou em locais onde não há faixas.
“A ação é para a gente ressaltar a importância do uso da faixa. Ela salva vidas de verdade e nossas ações são para conscientizar, desde a criança até o idoso, a atravessar da maneira correta. Afinal, foi a base do respeito que manteve Brasília como referência no uso da faixa”, assegurou a diretora de Educação de Trânsito do Detran-DF, Ana Moreira.
O secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves, afirmou que o GDF tem trabalhado na evolução de espaços públicos para o conforto e segurança de pedestres e ciclistas. “O Estatuto do Pedestre, instituído recentemente pelo governador Ibaneis Rocha, vem ao encontro dos projetos que o GDF está desenvolvendo para incentivar a mobilidade ativa e promover a integração com o transporte público coletivo. Exemplos são o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável, que está sendo elaborado por meio de pesquisas e debates com a população, e também o Plano de Mobilidade Ativa do DF, instrumento para planejar e coordenar as ações de mobilidade a pé”, declarou.
Redução de fatalidades
De acordo com dados do Detran-DF, houve uma redução significativa no número de mortes causadas por atropelamentos em faixas de pedestre. Entre janeiro e junho de 2023 foram quatro vítimas fatais. Já em 2024, durante o mesmo período, foi apenas uma – o que significa uma redução de 75% nas fatalidades nas travessias seguras.
“Isso é alinhado ao trabalho de conscientização educativa no trânsito e a fiscalização junto a motoristas e pedestres. Nós temos esse diferencial de respeito à faixa, então a gente procura sempre orientar o pedestre que ele é a parte mais fraca no trânsito e que preserva a vida com a atitude segura dele atravessar a faixa de pedestre. Quando a gente une as forças do Estado com a população conseguimos fazer um trânsito mais seguro”, acentuou o chefe do Núcleo de Campanhas Educativas do Detran-DF, Miguel Videl.
Ele ressalta, ainda, que para quem desrespeita o pedestre na faixa, a infração é gravíssima e está prevista no artigo 214 do código brasileiro de trânsito. A penalidade é de sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e uma multa de R$ 293,47. No primeiro semestre de 2023 foram aplicadas cerca de 3,5 mil autuações, enquanto no mesmo período de 2024 foram mais de 4 mil multas.
A veterinária Cristina Lima, 52, mora no México e, após passar pela ação junto ao pai enquanto faziam uma caminhada pela quadra, destacou as diferenças culturais notáveis no costume brasiliense com o pedestre. “Eu adoro essa iniciativa realmente. Vejo a diferença da cultura de trânsito, especialmente da faixa aqui em Brasília, que traz liberdade no movimento de ir e vir com segurança. Então realmente é fantástica a parte de educação de trânsito que a gente está tendo aqui no DF e que não tem em outros lugares”, apontou.