Rede Integra Cultura debateu eleições dos Conselhos Regionais, projetos nos equipamentos públicos e alcance dos recursos da Lei Aldir Blanc nas RAs
Com pouco mais de dois meses de criação, a Rede Integra Cultura (RIC), que pôs os gerentes culturais das Regiões Administrativas (RAs) como agentes atuantes da política pública do Distrito Federal, traça diretrizes de trabalho para efetivar o diálogo entre a arte produzida nas cidades e as políticas públicas de governo.
A RIC foi instituída por meio da Portaria Conjunta 5 entre a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) e Secretaria de Governo (Segov). Redimensionou o papel dos gerentes de cultura das Regiões Administrativas do DF, colocando esses agentes públicos como protagonistas no Sistema de Arte e Cultura (SAC).
Lei Orgânica da Cultura
Composta por representantes da Secec, da Segov, dos gerentes de Cultura lotados nas Administrações Regionais e do Conselho de Cultura do Distrito Federal (CCDF), a Rede Integra Cultura é um instrumento que fortalece a Lei Orgânica da Cultura (LC N° 934/2017).
“É uma integração entre o coração, simbolizado pelas Secretarias de Cultura e Governo, com as extremidades desse corpo diverso e complexo chamado Distrito Federal. A Rede aumenta nosso poder de escuta, de capilaridade”, destaca o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.
É essencial dar voz para todos os entes culturais, para promover a qualidade do acesso à cultura. Clara Camarano, atriz e assessora cultural (Plano Piloto)
Caminhos traçados
Entre agosto e setembro, a Rede Integra Cultura discutiu um plano de ação com gerentes de cultura e administradores das Regiões Administrativas do DF. Ao longo do cronograma de reuniões, os representantes dessas regiões expuseram suas demandas em relação às atividades e necessidades da cultura em suas localidades.
Tércio Mendes de Sousa, gerente de Cultura de Águas Claras, relatou que a proposta da RIC auxiliará na representatividade da sociedade cultural do DF. Ele entende que, nesse momento, o fortalecimento dos gerentes os transformará em agentes ativos das ações dos programas culturais tanto nas Regiões Administrativas quanto na própria Secec. “Acredito que essa Rede coloque os agentes culturais em uma rota de ação e execução conjunta com os gestores. Esse é o grande impacto que vislumbro neste momento”, projetou o gerente cultural.
Nesse sentido, a Secec e a Segov atuarão em conjunto para compilar as reivindicações e apresentar novas pautas ao governador Ibaneis Rocha. Gerente da Região Administrativa de Taguatinga, Marco Gomes destacou que a RIC vai qualificar as demandas culturais por meio da integração. “Assim, põe cada ator no seu lugar e faz com que o Sistema de Arte e Cultura do DF caminhe como deve ser, movimentando toda a cadeia produtiva, nos quatro cantos do DF”, diz.
Ações concretas
Dentre os temas debatidos durante os cinco encontros on-line, os principais foram as eleições dos Conselhos Regionais de Cultura (CRC), projetos culturais dentro dos equipamentos públicos, o alcance dos recursos da Lei Aldir Blanc nas Regiões Administrativas e o desmembramento dos cargos dos gerentes de cultura das RAs.
Chefe de Articulação de Política Cultural da Secec, Sol Montes destacou a importância dos encontros para democratizar os pleitos culturais do DF por meio de um diálogo entre o governo e a sociedade. “A ideia é apresentar todas as pautas discutidas durante as nossas reuniões para o governador Ibaneis Rocha. Desse modo, ganharemos um apoio e visibilidade para o fortalecimento da cultura no DF”, enfatizou.
Essa proposta necessita de uma ação conjunta, já que a praça é do povo, e a criação de cultura parte de demandas locais e formativas.” Walter Sarça, cineasta (Gama)
À frente da Gerência de Cultura da Ceilândia, Márcio Nunes comemora essa aproximação com o governo. Ele relatou que, por muito tempo, os gerentes estiveram longe dos gestores públicos. Nessa gestão, contudo, eles percebem o apoio e interesse para que os gerentes façam parte dessa equipe.
“Para nós, gerentes de Cultura, essa Portaria Conjunta é uma grande conquista, sendo instituída em um momento em que a comunidade cultural mais precisa. Agora teremos mais acesso aos gestores, o que facilitará o diálogo e o aprimoramento das ações desenvolvidas nas RAs”, ressaltou.
A secretária executiva de Acompanhamento e Monitoramento de Políticas Públicas da Segov, Meire Mota destaca que, após essas reuniões de levantamento dos aspectos culturais das RAs, o governo dará prosseguimento ao plano de ação, com a identificação das necessidades e o mapeamento dos equipamentos culturais das RAs. “Essa etapa será determinante para que as ações da Rede sejam assertivas e adaptadas às diferentes realidades da cultura no DF”, completou. Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa