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Maio Amarelo: Dar a preferência no trânsito ajuda a salvar vidas

Gesto é mais que uma ação solidária e está previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) para acelerar atendimentos emergenciais, sendo a negativa dele considerada uma infração gravíssima com multa e pontos na habilitação

Dar preferência a ambulâncias, carros de resgate e de segurança pública ajuda a salvar vidas no trânsito. São segundos que fazem a diferença na hora de um socorro ou uma ocorrência, uma vez que esses profissionais precisam atuar e chegar o mais rápido possível ao destino. Na esteira da campanha do Maio Amarelo de 2024, com o tema “Paz no Trânsito Começa Por Você”, esse gesto de solidariedade nas vias contribui para um melhor atendimento.

‌De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), têm prioridade de trânsito e livre circulação os veículos precedidos de batedores, de socorro de incêndio e salvamento, de polícia, de operação e fiscalização de trânsito e ambulâncias, quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamentados de alarme sonoro e iluminação intermitente.

Portanto, é essencial que esse atendimento ocorra o mais rápido possível e, para isso, o caminho para o condutor desses veículos precisa estar livre. O descumprimento da medida é considerada, inclusive, infração gravíssima, com multa de R$ 293,47 e sete pontos na carteira.

Momento de ouro

Acidentes de motocicleta, automobilísticos e queda de altura estão entre os atendimentos mais comuns prestados pelos socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ao longo de 2023, a média de atendimentos mensais foi de 63 mil ocorrências, o que dá uma dimensão do volume da assistência e a importância de a população colaborar.

Dessa forma, é essencial que a população colabore, conforme explica o condutor do Samu, Jonas Gomes de Souza. “Na rua, a gente costuma enfrentar as dificuldades de deslocamentos, principalmente naquilo que antigamente se falava hora de ouro, minuto de ouro e, agora, a gente fala momento de ouro. Ao chegar, você estabiliza o paciente para levá-lo ao hospital. São segundos que contam muito dependendo do agravo do paciente”, detalha.

Segundo o Samu, se um paciente sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo, o tempo de atendimento se torna precioso para diminuir as sequelas que a pessoa pode ter. Dessa forma, reforça-se a necessidade de a população colaborar no trânsito.

“Embora tenhamos uma malha viária boa se comparada com o restante do país, muitos motoristas insistem em não dar passagem e tem uns que até tentam abrir e seguir no caminho para que a viatura não ultrapasse e acabam acelerando. É uma coisa complicada e o regresso à unidade de saúde pode ser complicado pela falta de solidariedade e de consciência”, acrescenta Jonas, que trabalha no Samu há quase 20 anos.

Os segundos ou minutos de ouro nas vias do DF também valem para a Polícia Militar do DF, que observa a necessidade de todos colaborarem, não apenas os condutores de automóveis. “Essa previsão do CTB, inclusive, é feita também para os pedestres, a de observar a necessidade da passagem de uma viatura e também poderem se afastar e abrirem passagem. É muito importante a observação com relação a essa questão, é só imaginar que um atendimento do Corpo de Bombeiros, que para a reanimação cardiorrespiratória é em torno de 40 minutos”, comenta a tenente-coronel Kelly, comandante do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar.

Ainda segundo a policial militar, o objetivo não é multar ninguém, e sim tornar o trabalho das corporações o mais ágil possível. “É muito importante que a população esteja atenta, que o objetivo não é autuar, não é aplicar a penalidade, mas é que haja uma consciência de trânsito nesse sentido de salvar vidas”, acrescenta.

Maio Amarelo

Criado em 2014 pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), o Maio Amarelo é um movimento para chamar a atenção da sociedade sobre a quantidade de vítimas de acidentes de trânsito em todo o mundo.

O objetivo é promover, durante o mês de maio, ações de segurança viária coordenadas entre o poder público e a sociedade civil.

Ian Ferraz, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno

 

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