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Mais de 1.500 alunos com altas habilidades são atendidos em espaços especiais

Presentes em escolas públicas de diversas regiões administrativas, as salas de recursos contam com educação diferenciada

Alunos da rede pública e particular de ensino do Distrito Federal que são diagnosticados com altas habilidades ou superdotação recebem uma atenção especial do Governo do Distrito Federal (GDF). A Secretaria de Educação (SEEDF) atende atualmente 1.568 pessoas dentro do programa de Altas Habilidades e Superdotação (AH/SD), iniciativa que tem rendido frutos para o desenvolvimento educacional e pessoal dos estudantes.

Entre eles está Fabiana Firmino, de 14 anos, aluna do primeiro ano do Centro de Ensino Médio 417 de Santa Maria. Diagnosticada há pouco mais de um ano com altas habilidades, ela encontrou no clube de leitura, desenvolvido na sala de recursos do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic) da cidade, um espaço de acolhimento. “É um lugar onde sei que sou bem-vinda, sinto-me confortável para pensar e falar sobre os livros e explorar minha escrita criativa”, destaca. A jovem afirma ainda que após o diagnóstico e o atendimento na sala melhorou o desempenho escolar.

As salas de recursos são espaços pedagógicos conduzidos por professores especializados. A rede pública possui 46 salas específicas de AH/SD, organizadas em 29 escolas polos distribuídas nas coordenações regionais de ensino do DF. O espaço destina-se àqueles alunos que as escolas ou os pais identificam como tendo habilidades fora do comum e são encaminhados para avaliação pelas equipes pedagógicas.

Segundo o professor Rodrigo Santana, da SEEDF, que trabalha na sala de recursos de linguagem no Caic de Santa Maria, o projeto procura estimular nas crianças as aptidões em que demonstram ter mais facilidade. “Temos um contato mais atento, porque são turmas menores, com uma média de quatro a sete estudantes. Com isso, conseguimos percebê-los não só na parte cognitiva, mas também na emocional, já que muitas vezes se sentem isolados no ambiente escolar, mas nas salas encontram seus pares”, afirma.

Atividades e ingresso

As atividades ocorrem no contraturno escolar, uma vez por semana, e atendem alunos de 4 a 17 anos das unidades públicas e da rede privada, na proporção de 70% das vagas para a rede pública e 30% para as escolas particulares. Os alunos desenvolvem atividades nas áreas de linguagem, acadêmicas, artes visuais e cênicas. As salas de recursos procuram atender às necessidades educacionais dos alunos com metodologias específicas para cada um.

Amanda Gabrielle Carvalho, de 16 anos, portadora de osteogênese imperfeita, uma doença hereditária caracterizada por ossos frágeis, também possui altas habilidades e acredita que os projetos das salas de recursos são importantes para o crescimento pessoal e cognitivo.

“Mesmo com todas as minhas dificuldades, é muito gratificante participar e compartilhar o aprendizado com outras pessoas que têm o mesmo interesse que eu, aprendo, interajo e me desenvolvo. Não existe lugar melhor”, conta a estudante.

De acordo com a Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (Subin), os estudantes passam por um processo de avaliação que pode durar até 16 encontros com uma equipe multidisciplinar, composta por pedagogos e psicólogos. “A avaliação cumpre seu papel, não basta um relatório médico. É um atendimento pedagógico que determinará se o estudante ingressará ou não nas salas de recursos”, ressalta a titular da Subin, Vera Barros.

Para os estudantes da rede pública de ensino, a ficha de indicação deve ser preenchida por profissionais da escola de origem do estudante e entregue ao professor itinerante de AH/SD.

Se o estudante estiver matriculado em unidade escolar da rede privada de ensino, as etapas de inscrição a serem seguidas são:

– Preencher a ficha de inscrição no Atendimento Escolar Especializado (AEE) para Estudante com Altas Habilidades/Superdotação;
– Encaminhar a ficha para a unidade da Coordenação Regional de Ensino (CRE) localizada na mesma região administrativa onde o estudante reside;
– Aguardar o contato do professor itinerante para que o processo de avaliação seja iniciado.

Por Josiane Borges, da Agência Brasília | Edição: Ígor Silveira

 

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