Política

Audiência Debate “Profissões Do Futuro” E Destaca Inclusão Da Tecnologia No Ensino

Júlia Lucy justifica inclusão de tecnologia no ensino para que os jovens possam desenvolver habilidades que são cada vez mais exigidas pelo mercado de trabalho

Júlia Lucy justifica inclusão de tecnologia no ensino para que os jovens possam desenvolver habilidades que são cada vez mais exigidas pelo mercado de trabalho
Foto: Reprodução/TV Web CLDF

A Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo (CDESCTMAT) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) realizou, nesta quinta-feira (13), audiência pública remota para debater “as profissões do futuro”. Para a presidente do colegiado, Júlia Lucy (Novo), a pandemia deu maior evidência ao tema, devido às dificuldades no mercado de trabalho e à necessidade de as empresas se reinventarem. Ela também destacou o potencial tecnológico do DF: “Nós sabemos da vocação da nossa cidade em ser um dos grandes expoentes do país, mas se não houver uma concertação de ações entre o poder público, iniciativa privada, academia e mercado, a gente não vai conseguir avançar muito”.

A deputada defendeu a inclusão de tecnologia no ensino para que os jovens possam desenvolver habilidades que são cada vez mais exigidas pelo mercado de trabalho. “Vemos um descompasso entre a formação dos nossos profissionais e as necessidades atuais do mercado”. Lucy também afirmou que a CDESCTMAT, em parceria com a Fecomércio-DF, está realizando levantamento sobre ciência e tecnologia no DF “e o que é preciso fazer para colocar o DF definitivamente no mapa da tecnologia no país”.

Segundo o especialista em tecnologia e transformação digital Tony Ventura, há muitas ferramentas para se criar negócios ou aprimorar os que já existem. No entanto, é preciso democratizar a educação tecnológica para que as pessoas tenham acesso. Para ele, que inventou a própria profissão, “tech hunter” (“caçador de tecnologia”), a implantação de novas soluções não significa descarte das antigas. “Importante pensar primeiro na tecnologia para resolver o problema, mas sem descartar o analógico, que fica como backup”.

Especialista em “internet das coisas”, Jorge Maia destacou que o “fator humano” não será substituído pela tecnologia, apenas o que pode ser automatizado. No entanto, é preciso se adaptar às novas exigências profissionais. “Se fala de tecnologia com um destruidor de sociedade, como um ceifador de cargos em empresas e não como gerador de eficiência para que aquela empresa consiga melhorar seu processo produtivo, com isso investir mais em profissionais que estão lá dentro que é quem vai dar a real inovação”, afirmou. Ele defendeu a implantação de laboratórios de informática e robótica no ensino médio e realização de eventos sobre o tema no DF. “As profissões do futuro são cada vez mais integradas com tecnologia”, afirmou.

O gamer profissional e professor de educação física David Leonardo falou sobre seu trabalho de estímulos aos estudantes do DF por meio dos jogos eletrônicos. Uma das vantagens é possibilitar a interdisciplinaridade e o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos sobre tecnologia. “Eu tento, por intermédio dessa temática, colocar lenha na fogueira dos sonhos dos estudantes”. Para ele, o mais importante é estimular a busca do saber. O professor destacou que a tecnologia vai substituir os “trabalhos mais elementares, mecanizáveis”, possibilitando que as pessoas desenvolvam as capacidades intelectuais.

Para o chef Vinicius Rossignoli, especializado na gastronomia do cerrado, é importante desenvolver tecnologia a partir da cultura e da realidade local. Um dos problemas do Brasil, segundo ele, é sempre imitar o que é desenvolvido fora. Para ilustrar, afirmou que o país tem a tecnologia mais sustentável para a construção civil, baseada na experiência dos índios. “Vivemos num país riquíssimo em todos os sentidos, mas seguimos um modelo, desde a parte bélica até a tecnológica, do que os outros países estão fazendo”. Para ele, a tecnologia passou a ditar o comportamento humano e, portanto, é necessário ter conhecimento sobre lógica de programação. “Se não houver qualidade e eficiência, seremos sempre carregados pelos outros”, ressaltou. Fonte: Mario Espinheira – Agência CLDF