Antenados Blog The Best Orquestra Do Teatro Nacional Comemora Mês Da Mulher Com Concertos Especiais
The Best

Orquestra Do Teatro Nacional Comemora Mês Da Mulher Com Concertos Especiais

Na próxima terça-feira (9), às 20h, o canal do YouTube da filarmônica apresenta recital conduzido por Mariana Menezes

Mariana acredita que a ideia de repetir
esse concerto no mês da mulher é uma
boa forma de reconhecer o papel do gênero
| Foto: Ana Paula Lazari

O mês da mulher ganha destaque na programação do canal no YouTube da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). Na próxima terça-feira (9), às 20h, o canal apresenta concerto regido por Mariana Menezes, com a participação especial da primeira flautista Mechthild Bier e um repertório de compositoras.

Frequentemente apresentada como uma regente de “memória prodigiosa” e “amadurecimento artístico característico dos grandes mestres”, Marina revela que essa foi a primeira vez que a Orquestra do Teatro Nacional tocou obras de compositoras.

Ela conta que houve uma pesquisa aprofundada para a escolha das compositoras. “Chegamos na definição do repertório junto com os músicos e pensando na primeira flautista, Metchild Bier”.

O resultado é “um repertório muito belo, que caminhou desde a música barroca até a transição para o clássico e depois a música contemporânea”, diz. Esta foi representada por uma peça da jovem compositora brasileira Cibele Donza. “Estou certa de que o público vai se divertir muito com essa obra da Cibele, que é muito percussiva, gostosa de ouvir”, afiança a regente.

Força da “maestra”

A “maestra” – Mariana Menezes não gosta do vocábulo maestrina porque “em alguns países de língua espanhola, a palavra tem uma conotação caricata, uma forma a diminuir a função da profissional” – também chama a atenção por às vezes reger sem a batuta, usando as mãos.

Saiba mais sobre Mariana Menezes

“A batuta direciona a comunicação para um ponto preciso, por isso o uso dela é muito recomendado, principalmente em obras com orquestra grande. Em formações instrumentais menores, e em especial onde se procura demonstrar mais expressividade, abrir mão da batuta e explorar as mãos é uma excelente alternativa”, ensina.

Mariana acredita que a ideia de repetir esse concerto no mês da mulher é uma boa forma de reconhecer o papel do gênero diante dos tempos difíceis da covid-19.

“Com a realidade da pandemia, as mulheres se descobriram capazes de abarcar em si várias funções em sua potência máxima e tiveram que adicionar ainda algumas tarefas extras. Muitas de nós mulheres somos mães e, ao mesmo tempo, profissionais, tudo dentro do nosso próprio lar ou nas frentes de batalha. O concerto celebra essas mulheres de mil forças que descobrimos ser durante esse último ano”.

Segundo Mechthild, o Concertino Opus 107 é a única obra da
autora frequentemente tocada nos dias de hoje

Participação especial

A alemã naturalizada brasileira Mechthild Bier, desde 2008 no Brasil, diz sobre seu solo na peça Concertino para Flauta, Op. 107, de Cécile Chaminade (1857–1944): “Foi uma das poucas mulheres que participaram do ilustre círculo de compositores que tiveram uma peça encomendada para o famoso concurso do Conservatório de Paris”.

Ela relata que Chaminade foi limitada pelas expectativas sociais impostas a compositoras mulheres na época. “Embora suas peças não tenham recebido aclamação no gênero de obras ‘significativas’ como concertos, sinfonias e óperas, a sua criação foi muito bem recebida pelo mercado de edição de partituras e tornaram-na popular na Inglaterra e nos Estados Unidos”.

Segundo Mechthild, o Concertino Opus 107 é a única obra da autora frequentemente tocada nos dias de hoje, “apresenta texturas claras, um amplo colorido sonoro. As memoráveis melodias e o virtuosismo exigido ao solista tornam a peça um exemplo típico do romantismo tardio francês”.

Março diversificado

Entre as outras atrações do mês, o regente titular Cláudio Cohen destaca os tangos de Carlos Gardel a Astor Piazzolla (23/3). “Este concerto teve a sua origem em convite da Embaixada da Argentina para celebrar o dia nacional do tango em dezembro passado, em concerto realizado na própria embaixada pela Sinfônica”.

Os arranjos, especialmente encomendados, ficaram a cargo do compositor Marcos Cohen [da OSTNCS], que conseguiu colocar a essência e a originalidade de cada obra na orquestração. “São tangos mais tradicionais ,como, por exemplo, Adios, Nonino e Libertango, de Piazzolla, e também Por una Cabeza e Mi Buenos Aires Querida, de Carlos Gardel”, explica o maestro.

Em 16  de março será exibido, de Strauss, Oboé Concerto. Sobre essa obra, o oboísta Moisés Pena, da OSTNCS, diz que “é desafiadora, desde aspectos técnicos como controlar a respiração em três movimentos sem pausa, como também aspectos artísticos no que tange à interpretação coerente de um dos compositores mais celebrados do mundo da música erudita”.

“Pude colaborar como solista à frente da orquestra, da qual tenho orgulho em fazer parte e comemorar 20 anos de carreira profissional, executando uma das mais belas e importantes peças do repertório do oboé”, completa o musicista.

Programação

  •  Terça, 9 – Homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Concerto com a maestra Mariana Menezes.  Solista: Mechthild Bier (flauta). Gravado no Cine Brasília em 2019.
  • Dia 16 – Strauss: Oboé Concerto. Solista: Moisés Pena. Gravado no Cine Brasília em 2019.
  • Dia 23 –Tangos de Carlos Gardel a Astor Piazzolla.  Gravado no Auditório do MPDFT em 2020.
  • Dia 30 – Dvorak: Serenata Op.44 Sopros. Gravado no foyer da Sala Villa-Lobos em 2021.

*Com informações da Secretaria de Cultura

Sair da versão mobile