Restaurantes e eventos em jardins e locais abertos caem no gosto do brasiliense que aproveita a época sem chuva para desfrutar a cidade
Os restaurantes das entrequadras e os eventos sazonais (que duram um período) estão cada vez mais atentos a esse gosto dos brasilienses por viver a cidade. A cada dia, um novo espaço surge: são cafés, restaurantes e eventos que colocam as cadeiras do lado de fora e transformam as áreas verdes e os jardins em recantos especiais para os clientes.
Nas Asas Sul e Norte muitas são as opções para quem deseja desde um café da manhã especial até um jantar romântico, sem se sentir preso a quatro paredes. É a integração sonhada por Lúcio Costa, o urbanista que projetou Brasília, quando desenhou o Plano Piloto. Na verdade, o comércio nas entrequadras foi planejado para que sua frente fosse a área voltada para os jardins, abraçada por esse clima bucólico e acolhedor do paisagismo assinado por Burle Marx.
Mas não é apenas o comércio tradicional que usa e abusa da tendência. Eventos como o Festival de Inverno, o Trust Brasília, o Hidden e tantos outros tomaram conta da cidade e são anualmente aguardados pelos moradores do Distrito Federal.
Ao contrário dos restaurantes das quadras comerciais, os eventos sazonais são quase sempre realizados em áreas mais afastadas, possibilitando, além de boa gastronomia, música de qualidade e a contemplação do céu e da natureza do Cerrado.
A servidora pública Denise Brandão, 39, não abre mão de se reunir com os amigos em espaços a céu aberto. “Acho que foi um hábito do pós-pandemia. Quando a situação ficou mais calma, tivemos que buscar locais abertos para poder encontrar o grupo. Hoje, aproveito o máximo que posso o período sem chuva para conhecer esses espaços”, conta.
O médico Celso Araújo, 42, visitou Brasília no início de agosto e se encontrou com os amigos em um garden às margens do Paranoá. “Senti-me fora do Brasil, nos restaurantes de Miami (EUA) ou da Grécia. O clima era bom e, embora o vento estivesse mais gelado, foi muito gostoso tomar um vinho na companhia dos amigos. Quero voltar mais vezes. Já conhecia Brasília, mas não essas características, só o comércio das Asas”, diz.
Que a tendência que cresce a cada ano se consolide. Afinal, o céu de Brasília é, de fato, um infinito sem fim.