No Dia Mundial alusivo à doença, pacientes devem saber que podem contar com atendimento especializado no Distrito Federal
Segundo pasta, no DF , 55% da população apresenta excesso de peso (sobrepeso ou obesidade). A prevalência da enfermidade apresenta crescimento acelerado. Aumentou 100% desde 2010, após ter alcançado em 2018 a parcela de 19,6%.
Os ambulatórios de endocrinologia funcionam nas sete regiões da rede pública de saúde. O acesso ao serviço ocorre via regulação, por meio das unidades básicas de saúde (UBSs) que oferecem o primeiro atendimento com a equipe de Saúde da Família. Após avaliação, havendo necessidade de acompanhamento na Atenção Secundária, ele será regulado para atendimento em um serviço especializado.
As unidades básicas de saúde podem direcionar os pacientes para o Centro Especializado Diabetes, Obesidade e Hipertensão (Cedoh)
Fatores de risco
A obesidade é conceituada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o excesso de gordura corporal em quantidade que determine prejuízos à saúde. É um dos principais fatores de risco para várias doenças não transmissíveis (DCNTs), a exemplo de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral e várias formas de câncer.
Dados da Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) referentes ao ano de 2019 indicam que as taxas de obesidade quase triplicaram desde 1975 e aumentaram quase cinco vezes entre crianças e adolescentes. A doença afeta pessoas de todas as idades e de todos os grupos sociais nos países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Centro Especializado
Na Região de Saúde Central, que engloba as asas Sul e Norte, lagos Sul e Norte, vilas Planalto e Telebrasília, Cruzeiro, Noroeste e Sudoeste/Octogonal, as UBSs podem direcionar os pacientes para o Centro Especializado Diabetes, Obesidade e Hipertensão (Cedoh), que funciona na 208/408 Norte. De acordo com a gerente do Cedoh, Alexandra Rubim, são atendidos na unidade pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) maior ou igual a 35 e com comorbidades.
“Os pacientes são acolhidos e, após aceitarem receber o tratamento, iniciam as atividades como palestras e oficinas com especialistas das áreas de endocrinologia, nutrição, fisioterapia e psicologia. Primeiramente, há encontros em grupo e, depois, começam as consultas individuais”, explica a gerente.
O tratamento no Cedoh pode durar até dois anos. Ao final desse período, os pacientes podem ser reencaminhados para as UBSs com um plano terapêutico com um relatório de atividades desenvolvidas no Cedoh. Quando o paciente tem de 5% a 10% de perda do peso inicial, é considerado sucesso terapêutico.
“Com a pandemia, todo o esquema de atendimento em grupo passou a ser on-line. Foi uma forma que encontramos para que os pacientes não ficassem desassistidos”. Alexandra Rubim, gerente do Cedoh
Continuidade do tratamento
Havendo necessidade da continuidade do tratamento, o paciente é encaminhado para continuá-lo nas UBSs. Na Atenção Primária, a equipe de Saúde da Família identificando a necessidade de o paciente ser acompanhado pela endocrinologia da região, o regula para atendimento em um ambulatório mais próximo.
“Com a pandemia, todo o esquema de atendimento em grupo passou a ser on-line. Foi uma forma que encontramos para que os pacientes não ficassem desassistidos. Foi criado um grupo de Whatsapp e, no grupo, os integrantes recebem orientações. É importante destacar que os participantes devem concordar com essa forma de tratamento”, detalha a gerente do Cedoh, Alexandra Rubim.
Cerca de 300 pacientes já passaram pelo Cedoh entre 2017 e 2019. No período, foram criados 28 grupos para atendimento. Desse total de pacientes atendidos, 30% tinham obesidade grau 2, que é quando o Índice de Massa Corporal (IMC) é maior que 35 até 39.9; 60% apresentavam grau 3, cujo IMC estava acima de 40; e 10% super obesidade.
Além de consultas com especialista, o Cedoh oferece bioimpedância e dinamometria. Os demais exames são oferecidos na rede pública de saúde.
Hábitos saudáveis
A Secretaria de Saúde está organizando uma série de eventos a serem realizados durante o mês de março em alusão ao Dia Mundial da Obesidade. Dentre essas ações, a Gerência de Apoio à Saúde da Família (Gasf) e a Gerência de Serviços de Nutrição (Gesnut), elaboraram e divulgaram para as UBSs um plano de atividades a serem realizadas pelas equipes para prevenção e controle da obesidade direcionada à comunidade.
O Plano sugere duas abordagens. Uma é a confecção de um mural sobre o tema, apresentando as potencialidades oferecidas no território para adoção de hábitos saudáveis, encorajando a população a se tornar protagonista na prevenção e no controle da obesidade.
Outra é uma campanha para registro das informações dos usuários na ficha de marcador de Consumo Alimentar do e-SUS, de forma a tornar conhecido o padrão tanto individual quanto coletivo. Isso é essencial para orientar as ações de atenção integral à saúde e, principalmente, para promover a melhoria do perfil alimentar e nutricional da população.
Todo mundo
O tema da campanha da Federação Mundial da Obesidade é “Todo corpo precisa de todo mundo – Every body needs everbody”. A campanha tem como objetivos:
– aumentar a conscientização sobre as causas profundas da obesidade e sobre as ações necessárias para controlá-la;
– mudar a forma como a obesidade é vista na sociedade e encorajar as pessoas a se tornarem promotores de mudança;
– criar ambiente saudável que prioriza obesidade como questão de saúde, mudando a política para construir sistemas de apoio adequados;
– compartilhar experiências, inspirando e unindo a comunidade para trabalhar em direção ao objetivo comum.
Capacitação
A Linha de Cuidado do Sobrepeso e Obesidade está implementada no Distrito Federal, e capacitou os profissionais de saúde de nível superior dos três níveis de atenção de todas regiões de saúde no período de 2016 a 2019.
Atualmente, o Curso “O Cuidado da Obesidade na APS [Atenção Primária à Saúde]” realizado pela Universidade de Brasília (UnB) em parceria com a Secretaria de Saúde, está disponível pela plataforma Aprender da UnB e em andamento desde 13 de outubro de 2020. O curso conta com a participação de profissionais e gestores de saúde da rede pública.
*Com informações da Secretaria de Saúde