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Secretário de Cultura acena para possível Carnaval em 2022, durante debate na CLDF

A Frente Parlamentar em Defesa do Carnaval da Câmara Legislativa realizou comissão geral para discutir alternativas para uma folia segura, além do fomento a agremiações e blocos carnavalescos

O bloco infantil Baratinha
Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília O bloco infantil Baratinha

Na ocasião, o secretário de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, Bartolomeu Rodrigues, sinalizou positivamente para a possibilidade de haver os festejos já no próximo ano.

“Não temos bola de cristal para saber como estaremos em fevereiro de 2022, mas há um esforço grande do governo e estamos avançando na vacinação, o que nos deixa confiantes de que estaremos numa situação confortável até lá; talvez, até antes, no Réveillon”, disse o secretário.

A realização da folia no ano que vem é um dos cenários para o qual a pasta vem se preparando, informou Bartolomeu Rodrigues, mas ele explicou que a Secretaria também trabalha com a impossibilidade. “Precisamos reconhecer que o período pandêmico foi muito ruim para todo o segmento cultural, em especial, o carnavalesco, e estaremos condenando à morte todo um movimento construído ao longo de anos”, apontou.

Para dar um fôlego à cadeia produtiva do Carnaval, o secretário de Cultura anunciou o aporte de R$ 5,4 milhões para as escolas de samba e os blocos tradicionais, bem como disse estar em discussão ações de apoio e fomento aos blocos de rua.

Situação sanitária

A grave crise sanitária em decorrência da Covid-19 impediu a realização do Carnaval em 2021; contudo, mesmo com taxas melhores, a situação ainda preocupa. À frente da comissão geral desta tarde, o deputado Fábio Felix (PSOL) ressaltou ser preciso “tomar medidas desde já” para viabilizar a realização da folia em 2022.“Vacina, vacina e vacina. Essa comissão está comprometida com o carnaval, mas também com a vida das pessoas”, afirmou Félix.

O distrital defendeu o estabelecimento de um “passe sanitário” para frequentar festas, eventos e bares: “Quem não vacinou até agora só o fará com isso. Medidas duras também são necessárias para continuar caminhando para a abertura”.

Para o deputado Professor Reginaldo Veras (PDT), “há uma demanda reprimida de ir para rua, de ter contato e de pular, tudo que o Carnaval oferece”, mas o Estado precisa se organizar para evitar problemas.

Representando a Plataforma da Diversidade, Dayse Hansa destacou que o planejamento do Carnaval acontece durante o ano inteiro e cobrou ação por parte do governo: “Faltam quatro meses para o maior evento do DF, é preciso fazer campanha de vacinação. Para realizar com segurança sanitária, temos de ter previsão do ritmo da vacinação”.

O subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero, acompanhou as falas: “A medida mais eficaz no mundo inteiro é a vacina. Quanto mais vacinados, menos internações e mortalidade”. Segundo ele, a expectativa da pasta é chegar a 90% da população com cobertura vacinal completa até janeiro do próximo ano.Para isso, a secretaria vai começar a apostar na busca ativa dos que ainda não foram imunizados. “Neste sábado, faremos nossa primeira campanha de busca ativa em feiras”, anunciou.

Fôlego para a economia

A presidente da Comissão de Esporte e Cultura da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), Veranne Magalhães, apresentou alguns números do Carnaval do DF. De acordo com ela, em 2020, 1,2 milhão de foliões foram para as ruas; em 2017, a unidade federativa registrou o recorde de 1,5 milhão de brincantes.

“Os grandes responsáveis pelo incremento do Carnaval no DF e de sua cadeia produtiva são os blocos de rua, com os mais diversos ritmos, das tradicionais marchinhas ao frevo, até chegar à música eletrônica e ao rock”, afirmou Magalhães.“A cadeia produtiva engloba centenas de pessoas, gerando empregos, renda e significativo impacto econômico para o DF”, completou, defendendo a necessidade de se garantir fomento aos blocos de rua.

“O Carnaval é um evento cultural com repercussões econômicas incríveis no nosso país ao longo de todo o ano”, ressaltou a deputada Júlia Lucy (Novo). A parlamentar citou o caso de Belo Horizonte, que, com fomento governamental à folia, tornou-se uma cidade mais atrativa, movimentando o turismo e o setor de bares e restaurantes e gerando arrecadação. “O Carnaval justifica, sim, o aporte de recursos públicos, é um investimento. O governo não está jogando dinheiro no ralo”, avaliou.

Ao lamentar os sete anos sem desfiles das escolas de samba do DF, o vice-presidente da União das Escolas de Samba e Blocos de Enredo de Brasília (Uniesbe), Adriano Galli Gardini, frisou: “Carnaval é investimento e, não, despesa”.

Cultura 

Durante a comissão geral, diversos participantes destacaram a importância cultural da folia de Momo. “O carnaval é uma tradição histórica desse país, um movimento coletivo de ocupação da rua e do espaço público, de problematização sobre a cidade, de denúncia e de diversidade”, disse Fábio Felix (PSOL).

O secretário Bartolomeu Rodrigues ainda destacou a “peculiaridade” do Carnaval de Brasília: “Tem discurso político. Era no Carnaval que protestávamos contra os abusos do autoritarismo”. Para o agente cultural Igor Machado, esse é um “movimento de encontro e de inclusão” que precisa ser pensado coletivamente. Fonte: Denise Caputo – Agência CLDF

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