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Kedson Rocha: ‘2021 Será O Ano Da Juventude No DF’

Secretário fala da importância dos Centros de Juventude e anuncia que o Guará está próximo de ganhar o seu

“Casamento perfeito”: secretário relata sintonia entre convicção pessoal e foco do GDF em juventude | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

Pessoas com idades entre 15 e 29 anos representam cerca de 25% da população do Distrito Federal. A forte presença da juventude na região impulsiona o governo local a promover políticas públicas específicas, como é o caso das três unidades do Centro de Juventude – CeilândiaSamambaia e Estrutural – e da Praça dos Direitosinaugurada no início deste mês no Itapoã.

Os espaços são voltados à qualificação profissional, ao lazer e ao esporte, entre outros propósitos. E, em 2021, tais centros sociais serão inaugurados em outras cidades. Quem dá a boa notícia é o secretário de Juventude do DF, Kedson Rocha.

717.377 jovensrepresentam 25% da população do DF

Em entrevista à Agência Brasília, o gestor explica a importância do Centro de Juventude para o GDF e anuncia que planeja dobrar o número de unidades. Kedson também detalha políticas públicas voltadas à capacitação para mercado de trabalho, combate às drogas, maternidade e paternidade precoces, além de cultura e lazer.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

O senhor está completando três meses à frente da pasta. Como tem sido a adaptação e quais são os desafios das políticas públicas para os jovens no DF?

Lidar com juventude é algo que eu já faço há mais de 15 anos. São grandes os desafios que nós temos, estamos falando de uma população muito grande no DF, que tem muita participação. Estamos trabalhando intensamente para trazer dignidade para a juventude do DF, faz parte da missão e da visão da secretaria. Eu acredito muito que o jovem precisa ter dignidade.

O que significa essa busca por dignidade para a juventude do DF?

Dignidade nos fala de respeito, honra e consciência do próprio valor. Mas como falar ao jovem sobre o valor deles se não dermos espaço de fala, capacitação e oportunidade para eles? Como posso falar para o jovem não entrar no mundo das drogas e não criar uma alternativa diferente dessa que se apresenta todos os dias para ele? Dignidade é dar ao jovem alternativas, direcionamento e referenciais para que ele decida seguir na direção correta.

Das experiências que o senhor já vivenciou e testemunhou em trabalhos anteriores, existe algo que pretende colocar em prática pelo GDF?

Vim adquirindo experiência em trabalhos com jovens e verificando quais são os melhores pontos a se trabalhar, e outros que não funcionam tão bem. Quando nós levamos algo no qual esse jovem possa ser inserido, ou seja, inseri-lo dentro daquela política, isso dá uma oportunidade para que ele possa falar, se expressar, trazer conteúdo. Então, o GDF, com uma política pública para a juventude já existente, alinhado com o que eu acredito, isso foi um casamento perfeito. Acredito muito que as políticas públicas vão fazer uma transformação na juventude do DF.

“O foco na juventude é a questão do empreendedorismo, da empregabilidade, e isso já vem sendo feito dentro dos centros de juventude e será fortalecido com a expansão deles”Kedson Rocha, secretário de Juventude

E em relação a combate ao uso e ao tráfico de drogas na juventude?

A minha experiência me mostrou que muitos jovens escolhem o caminho errado simplesmente porque não tinham outra opção. Muitas vezes o único caminho apresentado era o das drogas e o do tráfico. A partir do momento em que eu mostro para esse jovem um novo caminho, uma nova perspectiva, estaremos motivando esse jovem a seguir no caminho certo. Portanto, todos os projetos da secretaria, hoje, partem do pressuposto de dar ao jovem oportunidade, ferramentas, inclusão e capacitação para que ele siga para o caminho certo, o caminho de crescimento e dignidade de que tanto falamos.

Os centros de juventude contribuem muito para o desenvolvimento dos jovens do DF. Quais são os planos para esse serviço? Haverá um plano de expansão para as unidades?

O projeto é fantástico e a expansão dele já está em pauta. Vamos dobrar os centros de juventude no ano que vem e levá-los para Guará, Sobradinho e Itapoã. Estamos trabalhando em cima disso. O que está mais avançado é o do Guará, vamos colocá-lo na Casa da Cultura. Já está sendo feita uma tratativa junto com a administração regional que está bem encaminhada. Hoje, as três unidades do Centro de Juventude – Estrutural, Ceilândia e Samambaia – atendem a uma média de 30 a 35 mil jovens por ano com cursos sobre empregabilidade, cozinha e teatro. Nossa expectativa é, com o dobro dos centros em atividade, atendermos a cerca de 70 mil jovens do Distrito Federal no ano que vem.

“Foi um ano diferente, mas que não nos paralisou” | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

É correto afirmar que os atendimentos nos centros de juventude são importantes porque, além do apoio prestado aos jovens, as respectivas famílias também são beneficiadas?

Totalmente, existe um impacto também na família. Não tem como só trabalhar o jovem e não trabalhar a família. Dentro das formaturas dos cursos que são oferecidos nos centros vemos as famílias, mães e pais, felizes na formatura do jovem que aprendeu a ser massoterapeuta, a ser cozinheiro. É um trabalho geral. Sempre falo que a juventude é um leque. E nós, da secretaria, fazemos parte de um leque ainda mais amplo, pois trabalhamos tanto com jovens quanto com vários outros braços. Salvar a família, salvar o jovem, e o que for necessário.

Em um estudo divulgado recentemente, a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) atestou que 25% da população do DF é formada por jovens – 717.377 pessoas entre 15 e 29 anos de idade. O que eles podem esperar da Secretaria de Juventude?

A nossa visão é trazer dignidade para essa população. O foco na juventude é a questão do empreendedorismo, da empregabilidade, e isso já vem sendo feito dentro dos centros de juventude e será fortalecido com a expansão deles. Ainda para este ano queremos entregar os espaços da juventude. O que são eles? São espaços preparados com computadores para que os jovens possam iniciar o processo de inclusão no mercado de trabalho. Precisou fazer um currículo, precisou de acesso à internet – que muitas vezes não possuem em casa? Esses espaços estão sendo preparados para isso, para que o jovem possa, além de ter um local de refúgio, também correr atrás da dignidade. Pretendemos entregar 17 unidades do Espaço da Juventude espalhadas por todo o DF.

Para este ano também estamos finalizando o programa Parceiro da Juventude, no qual iremos trabalhar com empresários de Brasília para se adequarem a uma quantidade de jovens que serão contratados para suas empresas, pelo que irão receber o selo Parceiro da Juventude. Qual o motivo desse projeto? Abrir espaço para a contratação de jovens nas grandes empresas do DF. No ano que vem queremos falar também de saúde. Tem um projeto fantástico unindo esse tema aos jovens de escolas públicas, teremos outro envolvendo jovens e esporte… Estamos trabalhando muito para essas ações que terão início no ano que vem.

“O GDF é um governo unido. O governador já deixou isso muito claro sobre a gestão dele e passamos a praticar isso de uma maneira real”Kedson Rocha, secretário de Juventude

Outros dados que chamam a atenção na pesquisa da Codeplan são a taxa de jovens desempregados, que é quase o dobro daquela relativa à população em geral, e a informação de que 60% dos jovens desocupados também não estudam, os chamados “nem-nem” – nem estudam, nem trabalham. Como o senhor avalia esses dados? Eles serviram, de alguma forma, como incentivo para os projetos da pasta?

Sem dúvida nenhuma foram um incentivo. Quando cheguei à secretaria, a Codeplan começou esse estudo e ele foi fundamental para que eu pudesse estar movimentando os projetos que iríamos colocar em prática, neste ano e no ano que vem. Consegui, junto com minha equipe, ir criando ações para melhorar essa situação. Quando você trabalha empreendedorismo, empregabilidade, tecnologia, começa a pegar essa margem dos “nem-nem” para se tornarem alvo dessas políticas. Precisamos alcançar esses jovens para tirá-los desse percentual e levá-los para o grupo de empregados, estudantes, fazendo um curso profissionalizante, preparando-se para o vestibular.

Desses mais de 717 mil jovens, 24% são mulheres que já são mães. A questão da maternidade na juventude tem espaço no cardápio de políticas públicas da secretaria?

Com certeza. Já estamos falando com a Codeplan para podermos trabalhar outros estudos em cima, especificamente, da maternidade na juventude, de mães jovens. A secretaria está de olho nisso e vamos trabalhar também com políticas públicas nessa área.

“Tenho conversado muito com a Secretaria de Educação e com outras pastas para que possamos fazer projetos em conjunto” | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

O senhor já citou algumas vezes a importância do esporte como ferramenta importante de reintegração e ressocialização de jovens. Como o senhor vê essa integração entre juventude e esporte, agora à frente da secretaria?

Eu costumo dizer que o esporte ajudou a salvar a minha vida. Ele foi e é fundamental para a minha vida, e para a vida de qualquer pessoa. Falando sobre juventude, ele é importante porque traz disciplina, movimenta a mente e o físico. Ele te leva a experimentar certas coisas que te fazem crescer. Hoje sou também atleta profissional de futebol americano – jogo no time Leões de Judá, aqui de Brasília. Temos projetos para o ano que vem que vão envolver diversos esportes, como jiu-jitsu, boxe… O esporte salva vidas.

O GDF inaugurou recentemente uma Praça dos Direitos em Ceilândia e outra no Itapoã. Ambas terão participação direta do poder público em suas atividades. Como o senhor avalia a chegada desses espaços?

Em primeiro lugar queria dizer que, assim como em Ceilândia, a Praça dos Direitos do Itapoã foi um verdadeiro presente para população da cidade. Acredito que a união entre todas as pastas envolvidas nessa gestão é de suma importância para que possamos promover políticas públicas voltadas à juventude, à inclusão, à cidadania e à acessibilidade de acordo com as demandas de cada região.

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A Secretaria de Juventude tem buscado diálogo e parceria com outras pastas do GDF para melhorar ainda mais a entrega de políticas públicas para os jovens?

O GDF é um governo unido. O governador já deixou isso muito claro sobre a gestão dele e passamos a praticar isso de uma maneira real. É uma parceria entre todas as pastas. Não existe separação dentro da gestão do governador Ibaneis, é um governo em que trabalhamos juntos. Tenho conversado muito com a Secretaria de Educação e com outras pastas para que possamos fazer projetos em conjunto. Acho que 80% dos nossos projetos aqui na Secretaria de Juventude tem parcerias com outras pastas. Acreditamos muito nesse trabalho em conjunto. O GDF é fundamentado nisso e vamos dar continuidade a essa visão.

O que podemos esperar da Secretaria de Juventude para 2021, depois de um ano tão atípico como foi 2020?

Foi um ano diferente, mas que não nos paralisou. Teremos muitas entregas ainda em 2020. E algo que quero deixar claro: a Secretaria de Juventude tem o objetivo de entregar ainda mais no ano que vem. Queremos fazer políticas públicas voltadas para jovens, entregar projetos. Fazer uma movimentação, junto com outras secretarias, para termos conversas e alinhamentos sobre o que é necessário para a juventude do DF. Estamos muito animados para o fim deste ano e para o ano que vem. Tem muita coisa para ser feita e temos uma equipe muito competente aqui na secretaria. Tenho certeza de que conseguiremos colocar em prática tudo isso. 2021 será o ano da juventude no Distrito Federal.

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