Cidadania

‘É Direito Delas Dizer Não!’ ajuda a garantir direitos das mulheres na Micarê

Protocolo da Sejus atua em possíveis casos de assédio e importunação sexual para garantir ambiente seguro em grandes eventos

Mulheres têm o direito de dizer não e decidir sobre seus corpos e vontades. Para ajudar a garantir os seus direitos e criar um ambiente seguro para todas as pessoas, a Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF), levou o protocolo É Direito Delas Dizer Não! para a Micarê Brasília 2024, realizada na Arena BRB Mané Garrincha, na sexta-feira (3) e neste sábado (4).

Com uma tenda montada em local estratégico e servidoras da Sejus circulando pela festa, o objetivo é acolher possíveis vítimas de assédio ou importunação durante a festa e fazer o encaminhamento para autoridades de segurança.

O atendimento começou às 18h e seguiu até as 2h e conta com psicólogo e assistente social. A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, ressalta a importância de as mulheres se sentirem seguras nos espaços de lazer e entretenimento da capital federal.

“É importante que a mulher se sinta segura sabendo que a gente tem encaminhamento psicológico e o encaminhamento devido caso ela sofra algum tipo de assédio ou se sinta amedrontada com alguma situação. A partir de agora, com a implementação desse protocolo, as mulheres podem dançar sem se preocupar”, afirma a secretária.

Não é a primeira vez que o protocolo é levado para grandes eventos. Ele foi lançado no último carnaval e também entrou em campo durante o Campeonato Brasiliense de Futebol, o Candangão, promovido pelo BRB. Os jogadores dos times participantes usaram o selo nos uniformes durante as partidas. No show do DJ Alok, a Sejus também marcou presença para garantir os direitos das mulheres contra o assédio e a importunação sexual.

Público aprova a conscientização

A autônoma Evely de Oliveira, 30 anos, moradora de Valparaíso, afirma que a “campanha é perfeita”. Ela disse que há um ano presenciou um grave problema de assédio em um grande evento e por pouco não evolui para violência física. “As pessoas precisam entender que devem respeitar as mulheres”, pontua.

A servidora pública Márcia Beatriz Siqueira, de 46 anos, moradora do Cruzeiro, conta que já sofreu assédio sexual e aprova a ação da Sejus. “Achei a ação muito interessante. A gente tem que ter o poder de dizer não e que só toca em nosso corpo quem a gente permitir, independente da roupa que estivermos usando”, afirma.

Homens também aprovam a ação, como o autônomo e estudante de odontologia Moacir Paulo, de 28 anos. “É importante ter respeito. A campanha faz muita diferença porque, muitas vezes, as pessoas ficam com medo de denunciar e procurar ajuda”, avalia.

Combate à violência doméstica e sexual

O programa surgiu com a reestruturação do Programa Pró-Vítima para oferecer atendimento social, psicológico e jurídico às vítimas de violência e seus familiares. O atendimento será oferecido às mulheres em situação de violência doméstica e familiar, às vítimas de crimes contra a pessoa idosa, a crianças e adolescentes de 7 a 14 anos vítimas de estupro de vulnerável e, ainda, às pessoas vítimas de crimes violentos.

Além das ações pontuais, a iniciativa oferece atendimentos social, psicológico e jurídico nos núcleos de Ceilândia, Estrutural, Guará, Itapoã, Paranoá, Planaltina, Plano Piloto, Recanto das Emas e Samambaia.

Ana Paula Siqueira, da Agência Brasília | Edição: Ígor Silveira