Esporte

Queimada – de brincadeira a esporte

Desde 2020, uma lei do Deputado Martins Machado tornou o jogo um esporte oficial no Distrito Federal

Uma das brincadeiras preferidas dos tempos da escola, a queimada ou queimado – como é conhecida em muitas regiões – já é reconhecida como um esporte no Distrito Federal desde 2020. A lei que regulamenta a prática é de autoria do Deputado Martins Machado (Republicanos) e está em vigor na capital do País. Mas antes mesmo de deixar de ser uma brincadeira para ser convertida em esporte, a modalidade atrai crianças e adolescentes que, mesmo crescidos, não resistem ao bom jogo.

Seja nas quadras de esporte do Plano Piloto ou nas ruas das regiões administrativas, quem é criança ou cresceu em Brasília joga ou já jogou queimada. O jogo é simples, formado por dois times e disputado com uma bola. Os adversários têm que tentar acertar alguém do time oposto. Se o jogador não conseguir segurar a bola e deixá-la cair no chão, ele está queimado e fora da competição. Vence quem fica até o fim.

Na justificativa do projeto de lei, o autor da proposição destacou que a queimada requer e desenvolve habilidades como rapidez de pensamento, agilidade nos movimentos e mira. Na verdade, em longo prazo, o desejo é transformar a queimada em esporte olímpico, uma vontade que depende de muito trabalho para se tornar real.

Aline Azevedo, 26, cresceu em Taguatinga. A advogada se lembra com saudade dos tempos da escola e da infância, quando brincava na porta de casa com os amiguinhos. “A gente se juntava toda noite durante as férias para jogar queimada. Era uma infância boa, com menos violência. Hoje, meus sobrinhos vivem dentro de um condomínio e não sabem o que é ter uma vizinhança unida. Eu corria na rua, jogava queimada e só entrava em casa depois que minha mãe me chamava pela terceira vez, já em tom de bronca”, recorda.

O estudante Davi Sales, 10, conheceu a queimada recentemente quando as aulas retornaram depois da pandemia. “É muito divertido. A gente brinca por horas. No meu prédio, a gente começou a jogar na quadra. Às vezes a bolada machuca e a gente até cai no chão, mas não tem problema, é só levantar e esperar para jogar na outra partida. Mas eu não gosto de perder”, conta.

No Distrito Federal, existem competições oficiais que crescem a cada dia. Anualmente, os jogos são disputados em diversas regiões.