Profissionais da Vigilância Ambiental trabalham na erradicação de focos do mosquito Aedes aegypti e, sobretudo, na conscientização da população do Distrito Federal
A rotina de quem trabalha cuidando da população é intensa. Diversas são as dificuldades encontradas pelos agentes da Vigilância Ambiental durante as ações de combate à dengue. São mais de 5 km percorridos diariamente para visitar cerca de 25 residências com um único objetivo: acabar com os focos do mosquito Aedes aegypti. Para o bom desempenho das ações de combate, é importante a participação da população.
“As pessoas não precisam ter medo das nossas visitas; a gente não está aqui para multar”, alerta a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental de Santa Maria, Suely Duarte. “Nosso objetivo é conscientizar, orientar e acabar com eventuais focos do mosquito encontrados. Às vezes o morador não sabe onde há pontos com larvas, e isso nós vamos descobrir durante a vistoria. Por isso, é importante que deixem a gente entrar e que continuem seguindo as recomendações.”
Visitas
A atuação dos agentes ocorre de maneira estratégica. Quando há a notificação de um caso confirmado de dengue, a Vigilância Sanitária vai até a residência e verifica se existem focos do mosquito dentro da casa ou em alguma residência na vizinhança. “Eu acredito que a educação pode mudar”, avalia a agente Karina Raquel Veras. “A gente passa de casa em casa orientando as pessoas, mas quando a casa tem foco e o morador se nega a fazer as orientações, ele fica passível de ser autuado pelas autoridades”.
A aposentada Elizabete Cavalcante, 62, aguardava na porta de casa a visita dos agentes. “Estamos tendo muito mosquito; eu mesma já peguei dengue”, contou. “Eu fiz questão de mostrar tudo dentro de casa, porque tomo os cuidados, mas às vezes a gente pode acabar vacilando e não reparar. Mas estava tudo certo. Tomara que os vizinhos sejam atentos também, porque o foco na casa deles pode vir para mim”.
Busca ativa
O trabalho de combate ao mosquito envolve diferentes órgãos do GDF. Agentes da Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) fizeram uma varredura em Santa Maria na última semana para eliminar pontos de descarte irregular, entulhos e lotes sujos. Ao longo dos últimos dias, também empreenderam uma busca ativa por focos de proliferação do mosquito pelas ruas de Ceilândia, região que contabilizou o maior número de casos confirmados da doença.
No Riacho Fundo II, graças à atuação conjunta de agentes da Secretaria de Saúde (SES-DF) e da DF Legal, um pátio com mais de 15 mil pneus que oferecia perigo para os moradores do Caub I foi esvaziado, tendo sido eliminados os focos de proliferação do mosquito.
“Nós trabalhamos ativamente andando nas ruas e identificando onde tem entulho, água acumulada, inservíveis ou qualquer outra coisa que possa ser foco da dengue”, explica a auditora fiscal de atividades urbanas da DF Legal, Denise Santos da Silva. “Caso a população do DF tenha alguma denúncia, pode registrá-la na Ouvidoria do GDF para que a gente vá até o local verificar.”
Acolhimento
Para receber com maior conforto e segurança os pacientes diagnosticados com a dengue, o GDF distribuiu nove tendas de saúde pelas regiões administrativas com maior registros da doença. As estruturas contam com uma equipe multidisciplinar dos órgãos de governo para garantir amplo atendimento. Nas tendas de acolhimento, é possível realizar testes rápidos, hidratação venosa e medicação.
Já na rede pública, são 176 unidades básicas de saúde (UBSs) espalhadas por todo o Distrito Federal, atuando como porta de entrada para casos suspeitos de dengue. Deve procurar uma UBS quem apresentar sintomas leves como febre alta (acima de 38ºC), dores no corpo, nas articulações e atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, cefaleias e possíveis manchas vermelhas pelo corpo devem.
Além disso, o GDF nomeou 75 novos agentes de Vigilância Ambiental em Saúde (Avas) e prevê a contratação de outros 75 para os próximos dias, com investimentos que ultrapassam R$ 20 milhões.