Às vésperas do carnaval, a festa foi tema de discursos de deputados distritais de vários partidos que, durante a sessão ordinária da Câmara Legislativa, nesta quarta-feira (7), também trataram da epidemia de dengue no Distrito Federal. Os parlamentares, de um modo geral, criticaram a falta de ações preventivas do GDF, mas chamaram a atenção da população para a necessidade de se engajar na luta contra o mosquito transmissor.
Para o deputado Chico Vigilante (PT), como não houve trabalho preventivo por parte do Estado nos meses de julho a setembro do ano passado, será necessário que os cidadãos, em suas casas, ajudem no combate. “A vacina sozinha não resolve”, alertou.
Por sua vez, o Pastor Daniel de Castro (PP), além de externar sua preocupação com o aumento dos casos, pediu que o governo garanta estrutura para auxiliar as pessoas e orientar sobre a doença, durante o carnaval, já que “estamos perto do pico da dengue”. O distrital também observou que a vacinação começará no próximo final de semana.
“A dengue não é só responsabilidade do governo, mas houve omissão no caso da prevenção”, ratificou a deputada Paula Belmonte (Cidadania), que ainda criticou o GDF por estar, somente agora, fazendo a limpeza das vias.
O deputado Thiago Manzoni (PL) acrescentou que a dengue “está infernizando a população do DF” e lamentou que as soluções que estão sendo apresentadas cheguem tardiamente. Também conclamou os cidadãos a agir para resolver o problema: “A responsabilidade é mais individual do que coletiva, pois 75% dos focos estão nas casas. Assim, é necessário que cada um tome as atitudes que precisam ser tomadas”.
Carnaval sem assédio
Sobre o carnaval, vários aspectos foram abordados pelos deputados distritais. Fábio Felix (Psol), por exemplo, destacou a importância da festa para a economia local e condenou o uso de spray de pimenta pelos agentes da segurança pública com o objetivo de dispersar os blocos, como registrado em eventos passados. “Esse produto não é adereço de carnaval. O mais correto seria a orientação”, afirmou.
O deputado Gabriel Magno (PT) concordou que, do ponto de vista econômico, o carnaval faz todo sentido. “Para cada R$ 1 investido pelo poder público, voltam R$ 3 para o Estado”, calculou. No entanto, acrescentou que a festividade ainda leva em conta a cultura e a garantia de direitos. Ele lembrou, inclusive, a Lei do Carnaval, que estabelece as responsabilidades do GDF para com a festa, na qual as pessoas “manifestam a diversidade e a alegria”.
Já os deputados Max Maciel (Psol) e Ricardo Vale (PT) trataram da necessidade de se combater o assédio durante a folia. O primeiro falou da campanha que está sendo coordenada pelo partido ao qual é filiado, enquanto Vale informou que o seu gabinete fará ações nos locais de concentração com o tema “No carnaval o que vale é a alegria e o respeito!”. Ambos incentivaram que os foliões denunciam casos de assédio contra as mulheres.
Encontros religiosos
Os dias de carnaval, tradicionalmente, são ainda destinados a encontros religiosos. O deputado Pastor Daniel de Castro listou, durante a sessão da CLDF, uma série de líderes evangélicos, de diversas denominações, que promoverão “encontros nas suas igrejas ou estruturas”. Da parte da igreja católica, haverá o Rebanhão, evento que chega à 38ª edição, de acordo com o deputado João Cardoso (Avante).
Marco Túlio Alencar – Agência CLDF