Educação

Programa de formação profissional oferece nova chance a reeducandos do DF

Desde 2019, iniciativa do Governo do Distrito Federal já transformou a vida de 1,6 mil detentos, oferecendo capacitação e esperança para um recomeço no mercado de trabalho

 

Para quem enfrenta o desafio de reconstruir a vida após uma condenação, a qualificação profissional surge como uma chance de recomeçar. Na capital do país, a trajetória de vários reeducandos ganha novos contornos por meio do Programa de Formação Profissional na Prisão, uma iniciativa do Governo do Distrito Federal (GDF) que, desde 2019, já ajudou a transformar a vida de 1,6 mil detentos.

O programa é desenvolvido pela Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap-DF), vinculada à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF). Atualmente, são ofertadas 10 oficinas profissionalizantes a 330 reeducandos dos regimes fechado, semiaberto e aberto. “Nosso objetivo é ampliar cada vez mais essas oportunidades, fortalecendo parcerias e buscando sempre novas formas de qualificação”, ressalta a diretora-executiva da Funap, Deuselita Martins.

Atualmente, são ofertadas 10 oficinas profissionalizantes a 330 reeducandos dos regimes fechado, semiaberto e aberto | Fotos: Tony Oliveira/ Agência Brasília

“A qualificação profissional é a chave para abrir portas para um futuro digno, sobretudo para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade no sistema prisional. Estamos oferecendo a esses reeducandos a oportunidade de aprender um ofício, o que não só transforma suas vidas, mas também impacta diretamente na sociedade, ao reduzir a reincidência criminal e promover a verdadeira reintegração”, prossegue a diretora.

“O Programa de Formação Profissional proporciona aos reeducandos não apenas habilidades, mas também a chance de um recomeço digno no mercado de trabalho. Investir na capacitação desses indivíduos é acreditar no potencial de cada um deles. A profissionalização contribui para a função ressocializadora das penas privativas de liberdade, visando a reintegração à sociedade. A questão da não reincidência está intimamente ligada à possibilidade de esses indivíduos estabelecerem vínculos empregatícios, por isso é fundamental criar oportunidades para que os detentos possam se capacitar. A iniciativa do Governo do Distrito Federal representa um passo importante para quebrar ciclos e oferecer novas oportunidades de vida”, afirma a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani.

Além da capacitação profissional, os reeducandos são remunerados com o equivalente a três quartos de um salário mínimo e, por meio da atividade, conseguem a remição da pena, que consiste na redução de um dia para três trabalhados, conforme o artigo 126, da Lei de Execução Penal. Todos os selecionados atendem a critérios técnicos, que observam questões como bom comportamento e a condição do cumprimento da pena.

 

Por Victor Fuzeira, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader