Com quase 480 mil toneladas removidas entre janeiro e setembro, o SLU reforça a importância de manter a capital limpa e livre de focos de vetores de doenças
O Governo do Distrito Federal (GDF), por intermédio do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), já retirou cerca de 480 mil toneladas de entulho descartado irregularmente em toda a capital, entre os meses de janeiro e setembro. O descarte impróprio dos resíduos provenientes de obras, além de causar danos ambientais significativos, representa um risco ainda maior durante o período chuvoso, uma vez que favorece a proliferação de vetores de doenças e cria abrigos para animais peçonhentos.
Nesta época do ano, materiais acumulados, como restos de concreto, madeira e outros resíduos, podem reter água e formar criadouros para o mosquito Aedes aegypti – transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. Além disso, o acúmulo de entulho atrai ratos e outros animais, que podem ser vetores de leptospirose e outras enfermidades, aumentando os riscos à saúde pública.
“Infelizmente, esta é uma prática comum da população, que reincide no descarte inadequado do entulho e de outros materiais. O risco dessa prática é justamente a contribuição para o surgimento dos vetores de doenças. Isso aumenta o risco por exemplo de quem mora próximo a essas áreas de descarte contrair dengue, leptospirose e tantas outras doenças”, alerta o subdiretor de Limpeza Urbana, Everaldo Araújo.
Com uma média mensal de 53,3 mil toneladas removidas das ruas por mês, a tendência é que, caso o ritmo se mantenha, o DF atinja, até o final do ano, o volume de entulho descartado em todo ano passado, que totalizou 651.289 toneladas. Em 2023, a cada mês, o SLU recolheu 54,2 mil toneladas de locais impróprios para o descarte.
Segundo Araújo, entre as regiões administrativas onde há maior recorrência de descarte irregular estão Taguatinga e Ceilândia. Só nesta última, o SLU recolheu 72.766 toneladas de entulho nos nove meses de 2024. “Em Taguatinga, nós recolhemos por mês na faixa de 5 mil toneladas”, acrescenta o servidor.
Um dos locais em Taguatinga que recebe a presença constante das equipes do SLU é o Parque Distrital Boca da Mata, onde a população insiste em descartar restos de construção civil, ainda que a prática seja ilegal. O resultado dessa ação traz transtornos para os moradores da região, como o servidor público Marcos Gomes, 48 anos.
“Moro bem ao lado do parque e a gente tem presenciado esse descarte de lixo na região. Apesar de sempre estarmos vendo o SLU fazendo a limpeza, a demanda é muito grande – muitos carroceiros trazem lixo e entulho. É importante que a população se conscientize e faça sua parte”, ressalta.
Vizinho de Marcos, o ex-gari Marcelo Vieira, 54, viveu na pele as dificuldades do trabalho diário para deixar as ruas da capital limpas. “Esse descarte de entulho aqui no parque é um absurdo; muito perigoso, ainda mais por causa da dengue. É preciso denunciar, pois daqui uns dias eles estarão descartando lixo aqui novamente. Mesmo assim, é muito bom ver o SLU removendo o entulho dessa região”.
Onde jogar?
No Distrito Federal, os papa-entulhos do SLU são os espaços adequados para o descarte de restos de obra, podas de árvores, móveis velhos e recicláveis. Atualmente, a capital conta com 23 equipamentos espalhados por 15 regiões administrativas: Águas Claras, Plano Piloto, Brazlândia, Ceilândia, Gama, Guará, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião, Sobradinho, Sobradinho II e Taguatinga.