Nome do novo presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal foi aprovado por 4 votos favoráveis e um contrário e deve ser apreciado na sessão remota desta terça-feira (2)
A Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) da Câmara Legislativa, após sabatina, aprovou na tarde desta segunda-feira (1º) a indicação de Gilberto Occhi para o cargo de diretor-presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF). Para ser nomeado, pelo governador, ainda será necessária a aprovação do plenário da Casa. A presidente da CESC, deputada Arlete Sampaio (PT) garantiu finalizar ainda hoje o relatório contendo o resultado da avaliação do colegiado, que poderá ser apreciado na sessão remota desta terça-feira (2).Arlete, ao expor seu voto, disse que aprovava a indicação, mesmo a contragosto. “Se, por acaso, fosse eleita governadora, meu primeiro ato seria extinguir esse instituto e pensar outro modelo que não representasse o esquartejamento da saúde do DF. Investiria na atenção primária, pois, somente resolvendo os problemas na ponta é que teremos a diminuição das filas nos hospitais”, afirmou, desejando que o novo presidente “dê o encaminhamento correto ao Iges”.
Mais três integrantes da CESC votaram favoravelmente ao nome de Occhi: Delmasso (Republicanos), Jorge Vianna (Podemos) e Cláudio Abrantes (PDT), que é suplente do deputado Delegado Fernando Fernandes (Pros), que não compareceu à sabatina por ter sido acometido pela Covid-19 e estar internado. Apenas o deputado Leandro Grass (Rede) votou em outra direção. “Não tenho nada contra a pessoa do senhor Occhi. Mas, para manter a coerência, entendo que Iges-DF tem de acabar. Pois, até o momento, além de servir de cabide de emprego, o que fez foi sugar o dinheiro e devolver à população um serviço que não atende à demanda”, justificou, após declarar sua posição contrária.
Todos os membros do colegiado fizeram perguntas ao indicado e, também, a deputada Júlia Lucy (Novo), que participou da audiência pública da CESC, transmitida pela TV Web CLDF. Gilberto Occhi, que tem formação em direito e já ocupou diversos cargos públicos nacionais, como o de ministro da Saúde, e presidiu a Terracap, comprometeu-se com o aumento da transparência da entidade, uma reivindicação dos distritais.
Muitas críticas ao instituto
Entre inúmeras críticas à condução do Iges-DF, que chega ao quarto presidente em pouco mais de dois anos, foram apontados o desrespeito aos usuários, uso irregular do cartão corporativo, contratos ilegais, falta de planejamento, gastos excessivos com pessoal, a devolução “irregular” de servidores à Secretaria de Saúde, problemas na construção de novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), filas para cirurgias, desabastecimentos de suprimentos, desvios de equipamentos e outras denúncias de variadas ordens.
Jorge Vianna, em meio a várias questões, quis saber ainda “quem vai mandar no Iges, que sofre muita influência da Secretaria de Saúde”. Ao que Occhi respondeu: “A diretoria do instituto”. Enquanto Claudio Abrantes indagou sobre as obras das UPAs, já que o indicado à presidência do Iges-DF contou que não foi formalizada ainda a contratação junto ao GDF, o que deve ocorrer, segundo ele, nesta semana. Por sua vez, o deputado Delmasso sugeriu que seja dada prioridade à educação para integridade, que é um modo de se combater a corrupção.
Gilberto Occhi garantiu que dará atenção especial às áreas de controle e auditoria, “que conta com um pequeno quadro de pessoal desproporcional aos 4 mil contratos já firmados”. Adiantou que pretende rever os contratos, calculando, com a medida, uma economia de cerca de R$ 18 milhões. “Aceitei o convite com o objetivo de melhorar a saúde da população”, argumentou, lembrando sua relação de longa data com o atual secretário Osnei Okumoto, com quem trabalhou na época em que comandou o Ministério da Saúde. Fonte: Marco Túlio Alencar, Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa