Em carta, Fernando Henrique Custódio prestou homenagem à equipe da UPA de Samambaia, com mensagem de força e buquê de flores
“Foram dias difíceis, de luta não só para mim, mas também para vocês. Sei que está sendo cansativo, mas peço: ‘Por favor, não desistam!’”, suplica Fernando Henrique Custódio, 32 anos, aos profissionais de saúde da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Samambaia. A mensagem foi feita depois que ele se restabeleceu da Covid-19 na unidade.
“Vi de perto a luta de vocês e sei que não vão desistir”. Carta de Fernando Henrique Custódio, 32 anos
O trecho faz parte de uma carta lida pelo recuperado na frente dos “guerreiros de saúde”, na quarta-feira (31), na UPA de Samambaia, em agradecimento aos cuidados recebidos. “Só quero agradecer a todos pela atenção, carinho e cuidado”, disse. “Hoje, posso abraçar minha filha, dar um beijo na minha esposa, olhar de perto meus pais e viver graças a vocês”. Junto com a carta, Fernando entregou um buquê de flores direcionado a todos os colaboradores da unidade de saúde.
A intensidade de trabalho vivida pelos profissionais de saúde para restabelecer vidas pode ser acompanhada de perto por Fernando Henrique, durante os oito dias internado na UPA de Samambaia. “Vi a luta de vocês e sei, que não vão desistir”, comentou o bombeiro civil, no texto.
Trajetória do paciente
Fernando chegou à UPA de Samambaia em 8 de março, com bastante falta de ar e saturação abaixo de 80, depois de cinco dias dos primeiros sintomas da covid-19, que se manifestaram em dor de garganta e cansaço. “Quando eu cheguei lá, a médica já pediu a minha internação”, conta. Na unidade, ele recebeu o resultado positivo para coronavírus e começou a tomar medicamentos e a usar máscara de oxigênio para conseguir respirar.
“O que me levou a fazer a carta? Justamente o carinho e a dedicação dos profissionais que, mesmo com todo o cansaço e vivendo uma situação triste, nunca desistiram”
Fernando Henrique Custódio,
Enquanto esperava se restabelecer da doença, o pai de família pôde acompanhar de perto o dia a dia dos colaboradores da UPA e a total dedicação no tratamento de todos os pacientes. “Eu mesmo tive apoio e assistência dos profissionais de saúde a todo o momento”, conta.
Em suas orações constantes durante a internação, ele prometeu a Deus que, quando saísse da UPA, faria uma homenagem a todos aqueles que não mediram esforços para cuidar dele. “O que me levou a fazer a carta? Justamente o carinho e a dedicação dos profissionais que, mesmo com todo o cansaço e vivendo uma situação triste, nunca desistiram”.
Empenho e dedicação
Confira a carta na íntegra:
“Bom dia, tarde ou noite, sei que as horas passam aí. Como sei. Meu nome é Fernando Henrique de Souza Custodio, 32 anos, mais um entre milhões que contraiu covid-19. Sou pai de uma menina de 9 anos, sou marido e filho e vim hoje com esse simples gesto agradecer por continuar sendo pai, filho e marido. Graças a Deus, em primeiro lugar, e a vocês que cuidaram de mim. No dia 8 de março, eu dei entrada na UPA e tive o melhor atendimento de todos, da recepção à internação. Foram dias difíceis, de luta não só para mim, mas também para vocês. Sei que está sendo cansativo, mas peço, por favor, não desistam.
Só quero agradecer a todos pela atenção, carinho e cuidado. Hoje, posso abraçar minha filha, dar um beijo na minha esposa e olhar de perto meus pais e mais ainda de viver graças a vocês. Estarei sempre em oração por vocês, para que Deus possa iluminar cada um. Vi de perto a luta de vocês e sei que não vão desistir.
Talvez não existem palavras suficientes e significativas que me permitam agradecer a vocês com justiça, com devido merecimento. Mas tudo que posso fazer é usar palavras para agradecer.
A ajuda de vocês junto à total dedicação e empenho da equipe foram muito importantes e nunca vou esquecer tudo o que vocês fizeram por mim. Muito obrigado.
Com todo carinho e de coração, eu agradeço e ofereço para sempre minha eterna gratidão. Infelizmente não posso falar essa mensagem para todos, mas espero que ela chegue ao máximo de colaboradores da UPA de Samambaia, onde cada um contribuiu para o meu retorno e para uma vida”.
*Com informações do Iges/DF