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Festival O Maior São João do Cerrado reuniu mais de 150 mil pessoas

Nos três dias de evento, 18 atrações se revezaram no palco principal, em mais de 22 horas de música. Nas ilhas de forró, 51 trios garantiram o mais autêntico pé de serra

 

Mais de 150 mil pessoas acompanharam a 15ª edição do festival O Maior São João do Cerrado, nesse fim de semana. Foram mais de 22 horas de música, reunindo artistas locais e nacionais. O último dia foi marcado por uma homenagem aos 50 anos do hip-hop e, pela primeira vez desde a estreia em 2007, o forró deu espaço ao melhor do rap nacional, em uma celebração da diversidade, da cultura e da paz.

O grupo Pé de Cerrado abriu o festival. A noite foi embalada por muito forró e sertanejo. A ceilandense Ju Marques e a dupla Rick e Rangel fizeram o público dançar ao som dos modões sertanejos. Diretamente do Nordeste, Fulô de Mandacaru relembrou grandes clássicos do forró e falou ao coração dos vaqueiros ao entoar “Saga de um Vaqueiro”. A cantora Márcia Fellipe completou a programação e fez a poeira subir.

No sábado (19), Frank Aguiar comandou a line-up. Pela sétima vez no evento, recordou antigos sucessos e presenciou um momento histórico: um pedido de casamento em pleno palco do São João. O público também conferiu os shows de Luka – o Poeta do Pizeiro, Os Gonzagas, Banda Casaca e Nego Rainner.

A última noite do maior São João fora de época do país celebrou os 50 anos do hip-hop. Atitude Feminina abriu o palco. Com muita música boa e representatividade, a banda deu seu recado de luta contra a desigualdade e a violência de gênero. Na sequência, Rapadura uniu rap e forró, em uma mistura que tem a cara de Ceilândia.

Pela primeira vez no festival, a Banda Maskavo trouxe as boas vibrações do movimento reggae para O Maior São João do Cerrado. O grupo emocionou a plateia e garantiu uma pitada de romantismo à última noite do evento.

Já passava de meia-noite quando as duas atrações mais esperadas subiram ao palco. Responsável pela curadoria do dia dedicado ao hip-hop, Japão e os demais integrantes do Viela 17 levaram o público ao delírio. A representatividade de Ceilândia como um dos berços do rap foi evidenciada em um show que reuniu admiradores, amigos, vizinhos e familiares do grupo. A voz do gueto do DF para o Brasil e para o mundo.

Com chave de ouro, a 15ª edição foi encerrada por dois ícones do movimento hip-hop no Brasil. Integrantes do Racionais MC’s, Edy Rock e KL Jay coroaram a celebração da diversidade e da união.

Entre os artistas, um sentimento comum: a força das periferias. Tanto o hip-hop quanto o forró e o reggae têm como origem os guetos, são música do povo e para o povo, representações genuínas da cultura popular e da voz da resistência.

A organizadora do evento, Edilane Oliveira, agradeceu ao público e aos apoiadores. “Este evento não é mais meu, este evento é de Ceilândia. Muito obrigado ao povo desta cidade maravilhosa. Muito obrigado a todos os patrocinadores e apoiadores, à Setur, ao GDF, ao governador Ibaneis Rocha e à Câmara Legislativa do Distrito Federal”, enfatizou.

Balé

Um espetáculo à parte, o Balé Flor do Cerrado e o Grupo Transições chamaram a atenção do público. No domingo, a coreografia do balé somou-se à dança de rua do hip-hop em uma fusão de ritmos e sonoridade.

O São João

Nas ilhas de forró e no coreto, o público dançou sem parar ao som do autêntico pé de serra. Nesta edição, 51 forrozeiros se revezam entre os três espaços montados próximo à praça de alimentação. Uma festa para toda a família, O Maior São João do Cerrado também teve atrativos para as crianças que se divertiram no circo e no parque de diversões.

Logo na entrada da arena, a Vila Borborema atraiu os olhares de quem gosta de artesanato. No cenário inspirado na antiga Campina Grande, as casas coloridas, com jardins floridos e cortinas de chita, eram parada obrigatória para uma foto.

Números

Um evento gigante, O Maior São João do Cerrado reuniu 150 mil pessoas em mais de 22 horas de shows. No palco principal, 18 atrações se revezaram garantindo um espetáculo de música e dança. Nas ilhas de forró e no coreto, 51 trios de forró se alternaram, garantindo o mais autêntico bate-coxa.

Além de fomentar a cultura, o festival estimula a economia. Só em 2023, foram gerados 1,5 mil empregos diretos e 5 mil indiretos.

Em suas 15 edições, o evento contabiliza público superior a 4 milhões de pessoas, 1.640 horas de música e 26 mil artistas contratados. A cada edição são gerados 100 mil watts de som e 300 mil watts de luz são consumidos.

Acessibilidade

Mais que promover entretenimento, O Maior São João do Cerrado tem como premissa possibilitar inclusão para o público. Neste ano, o evento contou com intérpretes em libras, audiodescrição, plataforma elevada para pessoas com mobilidade reduzida e estacionamento exclusivo para PCD.

Outro marco do evento é o incentivo à solidariedade. Em sua 15ª edição, o festival estimulou a aquisição do ingresso solidário ao custo de R$ 2. Todo o valor arrecadado será doado à creche Guerreiros da Alegria, na Estrutural.