Trabalhos de artista da cidade embelezam estruturas importantes da região, como o hospital regional e o quartel dos bombeiros
O que antes era uma parede branca, agora possui desenhos coloridos de casas, árvores e letras. Noutro tempo, o cinza que era tomado pelo concreto, ostenta, presentemente, formas geométricas e símbolos recheados de cores vivas. É pelo grafite que prédios públicos de Ceilândia estão ganhando uma nova decoração para a festa de aniversário de 50 anos da região administrativa, que será celebrado no próximo dia 27.
Toda a concepção e pintura dos trabalhos artísticos são feitos pelo grafiteiro Elom, filho e morador de Ceilândia de 43 anos de idade, 22 deles dedicados à arte em espaços públicos. Com obras espalhadas por todo o DF, Elom viu nestes projetos a oportunidade de retribuir à cidade que ama e reside. Todos os trabalhos contém referências à Ceilândia.
Um dos locais que recebeu nova decoração foi a pediatria do Hospital Regional de Ceilândia (HRC). As paredes, antes compostas apenas com clássico, abriga, agora, três painéis e todos remetem à infância. O maior possui desenhos de lugares significativos à vida das crianças, como escola e sorveteria, outro faz alusão à marcação na parede para registrar o crescimento e o terceiro homenageia o famoso jogo de videogame da década de 80, Pac-Man.
O diretor da unidade, Bruno Aires, conta o significado que o trabalho tem para a rotina do hospital: “A arte cura, e com ela trazemos um pouco de cor e de alegria para as crianças e suas famílias. Temos recebido muitos elogios, o que mostra a qualidade e a grandiosidade deste trabalho. É um orgulho ter uma obra do Elom porque estamos aqui por amor à Ceilândia e ficamos felizes de poder mostrar os talentos da cidade”.
A dona de casa Eliane Aguiar, de 28 anos, aguardava para uma consulta de retorno da sua filha Isis Helena, de seis meses, e aproveitou para admirar o grafite nas paredes do setor de pediatria do HRC. “Ficou muito bom, vai ficar divertido para as crianças”, afirma ela, que mora na parte Norte da RA.
“Faço esse trabalho por amor à cidade. É muito importante saber que minha arte está sendo apreciada pelas pessoas que vem até aqui. É bem melhor ser atendido em um ambiente mais agradável. Faço isso por mim e por aquele que está vindo aqui todos os dias, faço isso porque um dia sou eu que posso precisar”, destaca Elom.
Força feminina
À beira da Av. Hélio Prates, principal via de Ceilândia, o muro do 8º Grupamento de Bombeiro Militar de Ceilândia nem parece que demarca uma área militar. A parede, agora colorida, possui diversos desenhos que retratam a corporação e também a caixa d’água de Ceilândia, símbolo da cidade.
Uma das ilustrações, que traz o rosto de uma mulher metade com os cabelos soltos, metade vestida de bombeira, foi inspirada em uma fotografia da Major do CBMDF Lorena Athaydes, chefe dos Programas Comunitários da corporação. “A ideia era a de incluir outras mulheres, principalmente pela referência dos cabelos soltos”, conta a militar, que não mede os adjetivos para enaltecer o trabalho de Elom.
“É uma inspiração para nós mulheres nessa busca por representatividade e empoderamento. Fiquei muito feliz e muito lisonjeada, tenho certeza que as mulheres do Corpo de Bombeiros do DF e as bombeiras do Brasil também se sentiram representadas, justamente em um quartel super representativo como o de Ceilândia”, finaliza a major.
Para conhecer mais do trabalho de Elom, basta acessar o seu perfil no Instagram. Fonte: Flávio Botelho, Da Agência Brasília