Saúde

Maternidade do HRSM realiza a primeira aplicação da vacina contra bronquiolite

Medicamento protege bebês prematuros contra infecções graves; DF é pioneiro na imunização

 

Nesta quarta-feira (23), a maternidade do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), realizou a primeira aplicação da vacina Nirsevimabe. O medicamento, adquirido pela Secretaria de Saúde (SES-DF), é um anticorpo de ação prolongada que protege bebês contra infecções graves causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), principal responsável por casos de bronquiolite e pneumonia nos primeiros meses de vida.

Nascido no último dia 20 de abril, o pequeno Kauê Vinícius foi o primeiro bebê a receber o imunizante na maternidade do HRSM | Foto: Divulgação/IgesDF

O Distrito Federal é a primeira unidade da Federação a aplicar a vacina Nirsevimabe. O público-alvo do medicamento são os recém-nascidos prematuros, com idade gestacional entre 32 semanas e 36 semanas e 6 dias, nascidos a partir de 1º de outubro de 2024 – esta faixa etária integra o período de maior circulação do VSR no Distrito Federal em 2025.

O pequeno Kauê Vinícius, nascido com 36 semanas e 2 dias, no último dia 20 de abril, foi o primeiro bebê a receber o imunizante na maternidade do HRSM, pouco antes de receber alta médica, podendo ir para casa protegido.

“Essa vacina é extremamente importante, principalmente nessa época do ano, em que a gente vivencia a epidemia de bronquiolite. Os bebezinhos prematuros são mais vulneráveis a desenvolver a doença na forma mais grave. Neste ano, eles recebem a primeira dose e, após um ano, tomam a segunda dose, um reforço para a imunidade”, explica a pediatra do HRSM, Sarah Castro.

Segundo a chefe da neonatologia do HRSM, Phabyana Pereira de Araújo, as doses da vacina Nirsevimabe chegaram ao hospital na última quinta-feira (17) e serão administradas na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin), na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (Ucin) e na maternidade. No mesmo dia, os bebês que estavam internados na Utin e que estão dentro dos requisitos para receber a vacina foram imunizados – ao todo, quatro bebês receberam o medicamento no HRSM.

“Bebês prematuros com idade gestacional até 32 semanas continuam recebendo a vacina Palivizumabe e vão completar o ciclo com ela neste ano. Acredito que a partir do ano que vem, todos os prematuros sejam vacinados com a Nirsevimabe entre fevereiro e julho de cada ano”, explica a médica neonatologista.

Proteção

Aprovado pela Anvisa em outubro de 2023 e incorporado ao SUS em fevereiro deste ano, o Nirsevimabe é um anticorpo pronto, que oferece proteção imediata sem necessidade de ativação do sistema imunológico, sendo especialmente eficaz para prematuros e crianças com menos de 2 anos com comorbidades.

A aplicação do medicamento é feita antes do pico da sazonalidade das infecções respiratórias em bebês, como medida preventiva para reduzir complicações e internações – o que tem impacto direto na ocupação de leitos de UTI neonatal.

Segundo a Secretaria de Saúde do DF, o Palivizumabe continuará sendo utilizado para os grupos de risco já estabelecidos, como crianças com cardiopatias congênitas e displasias pulmonares. O Nirsevimabe vem para ampliar a estratégia de proteção, de forma complementar e integrada ao protocolo vigente.

 

Por Agência Brasília, com informações da IgesDF | Edição: Carolina Caraballo