Medida assinada pela governadora em exercício Celina Leão estabelece que data comemorativa seja celebrada anualmente em 10 de março; 31% da população do Distrito Federal se declara evangélica
A governadora em exercício Celina Leão assinou, nesta segunda-feira (8), a sanção da lei destinada à criação do Dia do Pregador e da Pregadora do Evangelho, a ser comemorado anualmente em 10 de março. A norma foi oficializada durante encontro da gestora com mais de 100 lideranças evangélicas, no Salão Nobre do Palácio do Buriti.
“É uma valorização daquelas pessoas que fazem da pregação uma missão de vida. É um reconhecimento a essas pessoas e uma demonstração de respeito do Executivo à vontade do Parlamento”, enfatizou a governadora. “Sabemos do importante trabalho social que essas pessoas fazem aqui no nosso Distrito Federal”, completou.
O governador Ibaneis Rocha, de férias, esteve no Palácio do Buriti para despachar e compareceu ao evento. Ao cumprimentar líderes religiosos e autoridades presentes, ele destacou o apoio que a proposta recebeu de diversos setores.
“É um dia de muito carinho. A governadora Celina Leão está em exercício e recepcionou vocês com esse café da manhã e a gente fica muito feliz de estarmos juntos aqui. Muito obrigado aos deputados que sempre nos apoiam, aos nossos administradores, dizer que é uma alegria muito grande poder contar com vocês aqui dentro do Palácio. É, certamente, motivo de muito júbilo para todos”, afirmou.
Os evangélicos representam uma grande parcela da população da capital. De acordo com o Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF), antiga Codeplan, mais de 800 mil evangélicos vivem no DF, o que equivale a 30,8% da população.
A proposta, de autoria do deputado distrital Pastor Daniel de Castro, considera o dia escolhido como de importante significado histórico para a comunidade evangélica, uma vez que marca o início do primeiro trabalho missionário protestante na América Latina.
“A lei não fala só do evangélico, mas do católico, do cristão; ela fala desses homens e mulheres abnegados em que Deus confiou a transmissão do seu Evangelho. Eles foram vidas, tiram pessoas da sarjeta, da vida errada e as trazem para uma vida correta, dando a elas uma nova oportunidade”, defende Daniel de Castro.
Respeito pelas religiões
Presente no encontro de lideranças evangélicas, o administrador regional de Taguatinga, Renato Andrade, enfatizou a importância do diálogo entre o Poder Executivo e o segmento religioso. “O GDF tem tido esse diálogo com todos os setores da sociedade civil organizada e não seria diferente com o segmento evangélico”, afirma. “Até porque este foi o governo que mais fez em favor do segmento por meio da regularização dos templos religiosos, da redução de impostos e isenções de tributos”, continua.
Quando assumiu o governo em 2019, Ibaneis Rocha retomou o respeito com todas as religiões. Logo nos primeiros dias de gestão, em janeiro, ele criou a Unidade de Assuntos Religiosos, abrindo o diálogo com esse público. Depois, em setembro de 2020, ampliou o atendimento ao criar a Secretaria da Família, que na atual gestão virou Secretaria da Família e Juventude.
No campo da regularização, entre 2019 e 2024, o governo regularizou mais de 400 templos, marca superior aos 190 templos entre 2009 e 2018.
Entre 2019 e 2024, o governo regularizou mais de 400 templos
A gestão Ibaneis Rocha também estabeleceu a moeda social como uma forma de as igrejas receberem suas escrituras. Isso significa que as instituições podem obter a Concessão de Direito Real de Uso (CDRU) e regularizarem seus espaços em troca da execução de serviços gratuitos à comunidade.
Outra importante medida foi tomada durante a pandemia. Em 2020, Ibaneis assinou decreto autorizando o funcionamento de templos. Naquele mesmo ano, uma lei reconheceu as igrejas como atividades essenciais, mantendo-as de portas abertas para receber os fiéis e quem mais precisasse de ajuda.
A construção da Praça da Bíblia, localizada na Vila São José, em Brazlândia, também reforça o respeito do governo por esse público.
Por Victor Fuzeira, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader