Palco de grandes espetáculos e artistas, o espaço mais ilustre da cidade será restaurado por etapas. Obras serão iniciadas pela Sala Martins Penna
Templo maior da arte e da cultura em BrasÃlia, o Teatro Nacional Cláudio Santoro (TNCS), fechado desde 2014, é, por si, uma joia no coração da capital do PaÃs. Projetado por Oscar Niemeyer, conta com painel de azulejos de Athos Bulcão, paisagismo de Burle Marx e obras de artistas como Alfredo Ceschiatti e Mariane Peretti.
A casa possui três salas de espetáculo, foyers e um restaurante com vista panorâmica na cobertura podendo receber, simultaneamente, inúmeros eventos. À Revista Antenados, o Secretário de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal falou sobre o processo de restauração do espaço, cuja etapa inicial está em processo de licitação. Confira a entrevista:
Como está o processo de restauro do Teatro Nacional? Já existe uma previsão para o inÃcio das obras?
A licitação foi lançada em 14 de janeiro. Havia uma pedra no meio do caminho. Na véspera da data em que irÃamos anunciar a empresa vencedora da licitação para a restauração, em 3 de março, uma construtora fez questionamentos junto ao Tribunal de Contas e conseguiu uma decisão liminar suspendendo o certame. Estamos trabalhando agora para remover esse obstáculo. Quanto antes, melhor.
Há uma perspectiva para o valor total da obra?
Não foi por acaso que o Teatro foi interditado em 2014. Estava caindo aos pedaços, resultado de décadas de descaso e desrespeito a esse monumental patrimônio. ImpossÃvel estimar agora o custo total de sua restauração.
O projeto prevê um restauro em quantas etapas e qual seria o cronograma para o processo completo?
É um plano fatiado. Primeiro, a Sala Martins Penna; depois, a Villa-Lobos e assim por diante. Nenhuma sala é mais complexa do que a outra. O equipamento inteiro tornou-se complexo, pois foi maltratado ao longo do tempo. Mas o Governo Ibaneis Rocha pegou o desafio e estamos empenhados na tarefa. Prevejo uma grande festa de reabertura.
O TNCS é uma obra de arte tombada e conta com o trabalho de diversos artistas. Como assegurar a preservação de todas as suas caracterÃsticas?
Restaurar e preservar, esse é o binômio da obra. Cada parafuso, cada pedaço de madeira, cada metro de piso, tudo é examinado por nós e pelo Iphan. E, quando precisarmos envolver mais especialistas, envolveremos.
Na avaliação do senhor, qual o maior prejuÃzo com o fechamento do espaço no decorrer de todos esses anos?
Há um prejuÃzo econômico porque o Teatro Nacional movimenta fortemente a cadeia da economia criativa desde a contratação de técnicos e um rol de profissionais que orbitam em torno da produção ao pipoqueiro e vendedor de água até a rede de restaurantes que aguarda o público na saÃda do teatro. Há também o prejuÃzo cultural porque uma série de espetáculos nacionais e internacionais deixaram de vir a BrasÃlia por falta de um espaço do porte do Teatro Nacional. Não podemos perder de vista que BrasÃlia é a capital de um paÃs com uma cultura estruturada na diversidade. E o Teatro Nacional é um território importante para todas essas expressões.
Já é possÃvel falar em um prazo estimado para a reabertura da Sala Martins Penna?
Ainda não.
A quem o senhor gostaria de assistir no palco da Sala Villa-Lobos quando ela for reaberta ao público?
Queria apenas ouvir o silêncio ser preenchido pelo ruÃdo da cortina se abrindo.