Cidadania

Aos 66 anos, servidora da Novacap treina para disputar Brasileiro de Fisiculturismo

A chefe da Ouvidoria-Geral da companhia, Maria do Socorro Ferreira da Silva, começou no esporte após perda do filho e encontrou forças para lidar com o luto da partida de outras pessoas queridas

Chefe da Ouvidoria-Geral da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), Maria do Socorro Ferreira da Silva, de 66 anos, desempenha um papel crucial de levar a voz do cidadão para dentro da empresa, garantindo que as demandas, elogios, reclamações e sugestões das pessoas sejam ouvidas e atendidas de maneira eficiente.

Porém, além da dedicação ao trabalho na Novacap, Socorrinha, como é conhecida pelos colegas após mais de 40 anos na companhia, tem outra paixão: o fisiculturismo. Competidora profissional, ela cuida do sono, faz dieta e treina diariamente.

A atleta iniciou a jornada no esporte em 2009, quando encontrou forças para enfrentar uma dura perda. “Entrei nesse esporte em um momento muito difícil da minha vida. Havia perdido um filho com 23 anos, de uma forma traumática e dolorosa. No ano seguinte, minha mãe e meu irmão também partiram. Ainda vi, anos depois, a covid-19 levar meu companheiro. Foi no fisiculturismo que consegui me reencontrar e restabelecer minhas forças”, comentou.

Ela já conquistou oito troféus em campeonatos locais nas categorias Biquíni e Women’s Physique. Além disso, chegou ao quinto lugar no Campeonato Brasileiro. Ela se prepara mais uma vez para o Brasiliense e para o Brasileirão, em Belém (PA), respectivamente em junho e julho.

Atuação na Novacap

Apesar das demandas de sua intensa rotina de trabalho e treinamento, Maria do Socorro acorda cedo e mantém uma disciplina admirável.

“Para conciliar a minha rotina de treinos e o trabalho, eu tenho que manter uma disciplina rigorosa, me dedico aos treinos por 45 minutos diários por toda a semana. A pergunta que sempre ouço com relação a isso é ‘como você consegue?’, e a resposta que costumo dar é: ‘não perco tempo pensando se conseguiria fazer, apenas vou lá e faço’”.

Combate ao preconceito

Sua presença no mundo do fisiculturismo não apenas inspira, mas desafia as noções convencionais de idade e gênero. “Nós, mulheres, sempre sofremos preconceitos por participar de esportes considerados ‘para homens’. Já fui questionada várias vezes sobre possuir ‘braços fortes’. Ouço falas constantes, como ‘não namoraria uma mulher com o braço maior que o meu’ e até julgamento de outras mulheres”, reforçou a atleta. “Além do que, hoje, tendo a idade de 66 anos, ainda sofro etarismo. Algumas pessoas entendem que uma mulher na minha idade não apresenta condições de participar ativamente desse esporte e de muitas outras atividades na vida”.

A Ouvidoria

Recentemente, a Ouvidoria da Novacap obteve a marca de respostas de 63,9% das demandas recebidas este ano, com outras 17,4% em fase de análise. Desde o início de 2023 até março deste ano, a equipe da Ouvidoria recebeu um total de 23.524 demandas. A equipe da Ouvidoria, composta por 12 pessoas, incluindo um ouvidor, um supervisor, seis colaboradores e quatro estagiários, trabalha para garantir que cada demanda seja tratada com cuidado e atenção adequados.

Agência Brasília* | Edição: Débora Cronemberger