Projeto de Lei foi anunciado pela secretåria de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, durante evento Ronda Educativa, no Parque da Cidade; dezenas de Carteiras de Identidade Nacional (CIN) foram emitidas no local
A secretĂĄria de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, anunciou que o Governo do Distrito Federal (GDF) trabalha um Projeto de Lei para aumentar o rigor e a segurança no acesso de pessoas Ă s maternidades pĂșblicas e privadas. A medida Ă© uma forma de proteger pais e responsĂĄveis e evitar o sequestro e o trĂĄfico de recĂ©m-nascidos.
O anĂșncio foi feito neste domingo (28) durante a Ronda Educativa, evento da Sejus no Parque da Cidade Sarah Kubitschek em alusĂŁo Ă Semana Nacional de Enfrentamento ao TrĂĄfico de Pessoas e Apoio ao Migrante. No local, foram distribuĂdos materiais educativos e emitidas dezenas de carteiras de Identidade Nacional (CIN) exclusivamente para crianças e adolescentes. A programação antecipou o 30 de julho, reconhecido mundialmente desde 2013 como o Dia Mundial de Combate ao TrĂĄfico de Pessoas.
Segundo Marcela Passamani, o objetivo de criar um protocolo de segurança dentro das maternidades Ă© uma forma de proteger os bebĂȘs na hora do nascimento e resguardar os pais e responsĂĄveis atĂ© a saĂda dos filhos dos hospitais e maternidades.
âA gente tem que aumentar o rigor em relação a quem tem acesso. Eu, inclusive, defendo que a identificação seja feita dentro das maternidades para os bebĂȘsâ, afirma a secretĂĄria de Justiça e Cidadania. Ela tambĂ©m enumerou os principais pontos do projeto. âCĂąmeras nos locais de identificação onde as pessoas tĂȘm acesso Ă maternidade, uma pulseira de identificação, nĂŁo escrita manualmente, mas com cĂłdigo de barra ou com um chip. E, alĂ©m disso, um protocolo de que toda vez que for entrar num quarto ou precisar deslocar o bebĂȘ para fora do quarto apĂłs o nascimento, que sĂł seja feito com um acompanhante e um familiarâ, acrescenta.
Ainda segundo a gestora, o tema foi tratado com a Secretaria de SaĂșde para estudar a viabilidade de aplicação. Passamani tambĂ©m aproveitou para reforçar a importĂąncia de pais e responsĂĄveis emitirem a Carteira de Identidade Nacional (CIN), emitida durante a Ronda Educativa em parceria com a PolĂcia Civil.
âĂs vezes, os pais nĂŁo se ligam muito nessa questĂŁo da identidade como forma de proteger a criança e o adolescente. A partir do momento que essa criança entra no sistema nacional de segurança, Ă© muito mais fĂĄcil para a polĂcia poder identificar qualquer trĂąnsito dela, seja no territĂłrio nacional ou fora do paĂs. EntĂŁo, Ă© uma forma de proteger, nĂŁo Ă© sĂł questĂŁo de matrĂcula na escola ou viagemâ, afirma.
Para o diretor do Instituto de Identificação da PolĂcia Civil do DF, Ruben Sergio Veloso Gumprich, o modelo da Carteira de Identidade Nacional vai permitir que as identificaçÔes sejam compartilhadas com a Receita Federal, com o MinistĂ©rio da Justiça e possam fomentar um Banco Nacional multibiomĂ©trico.
âA gente tinha essa dificuldade porque cada Estado poderia fazer a sua prĂłpria identidade com o seu indexador, com o seu banco de dados prĂłprio, que eles nĂŁo eram compartilhados. EntĂŁo, permitia que uma pessoa fizesse uma identidade com um nome em um Estado, providenciasse uma certidĂŁo falsa e fosse fazer em outro Estado. Agora, com a conferĂȘncia da biometria, vai permitir que a gente iniba essa açãoâ, explica.
Pais aprovam evento
O casal de mĂ©dicos Ricardo Fonseca, 39 anos, e Sara Fonseca, 34 anos, tambĂ©m levou a filha Clara Fonseca, 2 anos, para o evento no Parque da Cidade. AlĂ©m de emitir a identidade da pequena, eles participaram da Ronda Educativa com o projeto social de consultĂłrio mĂłvel que presta atendimento a crianças carentes de forma voluntĂĄria. âĂ importante atĂ© para a proteção do trĂĄfico de pessoas, nĂ©? A gente sabe que isso faz parte da realidade e Ă© uma forma de garantir uma segurança a mais para a criança. EntĂŁo, Ă© um conselho que todos façamâ, aconselha Ricardo Fonseca.
Pai dos gĂȘmeos Pedro Henrique Ribeiro e Leonardo Ribeiro, de 3 anos, o gestor pĂșblico Carlos Eduardo Ribeiro, 41 anos, elogiou a iniciativa do GDF. âPrecisamos identificar, principalmente os pequenos, nĂ©? Precisamos ter esse cuidado. Com esse documento nos sentimos mais seguros, todo tipo de identificação que a gente consiga fazer Ă© importanteâ, disse.
Sobre o tema
O trĂĄfico de seres humanos Ă© uma das mais graves formas de violação dos direitos humanos e acomete milhares de vĂtimas em todo o mundo. Por ser um crime de alta complexidade Ă© subnotificado e envolve exploração sexual, trabalho escravo, trĂĄfico de ĂłrgĂŁos e outros.
A Semana Nacional de Enfrentamento ao TrĂĄfico de Pessoas e Apoio ao Migrante estĂĄ na 10ÂȘ edição e realiza a Campanha Coração Azul, de 29 de julho a 2 de agosto, com o tema âNĂŁo deixemos nenhuma criança para trĂĄs na luta contra o trĂĄfico de pessoasâ.
Casos de trĂĄfico de pessoas podem ser denunciados por meio do Disque Direitos Humanos, o Disque 100, e pela Central de Atendimento Ă Mulher, o Ligue 180.