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De Quixadá para o Brasil

Com dez anos de estrada, a cantora e compositora sertaneja Lia Almeida deixou os palcos do Ceará para dar continuidade à carreira artística na capital do País

 

Paixão nacional, o sertanejo rompe barreiras e faz sucesso nas rádios de todo o País. E foi com esse sentimento que a cantora e compositora Lia Almeida deixou a cidade de Quixadá (CE) para construir uma carreira em Brasília. Aos 30 anos, e com 10 de carreira, a jovem talento fala da trajetória que teve início nos bares do Ceará e dá nova vida ao Centro-Oeste. Confira a entrevista.

Como surgiu o interesse pela arte e quando começou a atuar profissionalmente?

Minha família sempre foi muito musical. Meu avô Geraldo era regente do coral da igreja, em Quixadá, e tocava teclado muito bem. Foi com ele que comecei a gostar de música. Tenho primos que tocam instrumentos e gostam de cantar. Meu irmão Renan é guitarrista e meu tio Neto Inácio toca em banda até hoje. Violão eu aprendi a tocar com meu amigo Pedro, na calçada de casa. Tenho boas memórias dessa época. Participei do primeiro concurso de música aos 8 anos de idade e, a partir daí, não parei mais. Até cheguei a cursar faculdades de Turismo e Educação Física, mas deixei tudo pela música. Cantei mais de 10 anos em barzinho no Ceará e, no final de 2021, recebi um convite para vir morar em Brasília e gravar o meu primeiro DVD.

Quais as influências para a escolha do seu gênero musical?

Eu sempre cantei um pouco de tudo. O sertanejo entrou na minha vida muito cedo. Minha mãe tinha todos os discos do Zezé Di Camargo e Luciano, meus vizinhos também ouviam muito sertanejo e isso me influenciou muito.

Quais as dificuldades como artista?

São as dificuldades de todo artista, principalmente os que estão iniciando um novo projeto. Embora as coisas estejam melhorando agora, eu já tenho uma longa estrada percorrida. No Ceará, já houve época em que eu fazia R$ 100 por semana tocando em barzinho. Apesar disso, eu sempre acreditei que a minha hora iria chegar e as coisas estão começando a acontecer. A fé que eu tenho em Deus e a vontade de levar a minha música para o Brasil inteiro me guiaram até aqui.

Na sua avaliação, as mulheres têm mais dificuldade para emplacar uma carreira?

Especialmente no sertanejo existe um machismo muito grande e certa valorização das vozes masculinas. Mas essa é uma barreira que as mulheres têm conseguido quebrar num movimento que não é novo. Podemos citar alguns nomes que já estão e estiveram na estrada há mais tempo e abriram esse caminho para as novas cantoras como Roberta Miranda e a própria Marília Mendonça.