Saúde

Hospital de Base capacita profissionais de enfermagem para o manejo humanizado de pacientes psiquiátricos

Objetivo foi aprimorar cuidados prestados e garantir segurança do paciente

 

Entre 4 e 8 de novembro de 2024, o Núcleo de Educação Permanente (Nudep), em parceria com o Serviço de Psiquiatria do Hospital de Base, promoveu um curso voltado para o manejo do paciente psiquiátrico. O objetivo foi capacitar as equipes de enfermagem a lidar de forma mais técnica e humanizada com crises psiquiátricas. O treinamento teve uma boa adesão por parte dos profissionais de diversos setores do Hospital de Base.

De acordo com Edinan Oliveira Neto, chefe de Serviço de Assistência e um dos palestrantes do curso, o foco foi capacitar os profissionais para realizar intervenções eficazes, com ênfase na contenção terapêutica. “A formação visou aprimorar os cuidados prestados, garantindo que, mesmo em situações de crise, a assistência seja segura e respeite as necessidades emocionais e físicas dos pacientes”, explicou.

O curso possui etapas teóricas e práticas incluindo situações que não envolvem apenas pacientes psiquiátricos. “A contenção não deve ser punitiva. Por vezes, é necessário realizar esse tipo de procedimento em pacientes com risco de queda ou com comportamentos agitados”, destaca Brenner Saboia, enfermeiro do Nudep, um dos responsáveis pelo curso.

Saboia ressalta que a abordagem humanizada no manejo de pacientes em crise psiquiátrica busca entender a causa do comportamento agressivo, priorizando sempre a comunicação verbal antes de recorrer à contenção física. “É fundamental tentar entender o que está causando o desconforto, pois a contenção é um procedimento que pode ser traumático”, explicou.

A Gerência de Enfermagem e o Núcleo de Enfermagem do Ambulatório, da Internação e do Pronto Socorro, juntamente com a Diretoria de Inovação, Ensino e Pesquisa (Diep), coordenaram a capacitação, que foi oferecida em diferentes horários para atender aos diversos turnos de trabalho da equipe do Hospital de Base. A adesão foi expressiva, com mais de 400 inscritos, abrangendo não apenas profissionais da área de psiquiatria, mas também enfermeiros e técnicos de enfermagem de outros setores, como neurocirurgia e pronto-socorro.

O curso possui etapas teóricas e práticas incluindo situações que não envolvem apenas pacientes psiquiátricos

Capacitação contínua e humanização

A necessidade de capacitar a equipe surgiu de situações vivenciadas no dia a dia, onde os profissionais enfrentam desafios no manejo de pacientes psiquiátricos em crise. “O treinamento é fundamental para garantir que todos os colaboradores tenham o preparo necessário para lidar com essas situações de maneira segura e eficaz”, afirmou Welton Santana Chaves, chefe de Núcleo da Emergência, do Ambulatório e da Internação.

O treinamento não se limita apenas ao cuidado com pacientes psiquiátricos. “A contenção terapêutica pode ser aplicada a qualquer paciente que apresente risco, como aqueles em recuperação de cirurgias ou com dificuldades de mobilidade. O objetivo é sempre manter a segurança do paciente e da equipe, sem comprometer a dignidade do indivíduo”, completou Brenner Saboia.

A capacitação também incluiu a importância de uma abordagem em equipe para garantir que todos os profissionais envolvidos estejam alinhados em relação às intervenções. “A técnica de contenção deve ser aplicada de forma consciente, respeitando o momento e as necessidades de cada paciente”, ressaltou Brenner Saboia. Ele acrescentou que é necessário, em alguns casos, até mudar o ambiente do paciente para minimizar os fatores que contribuem para o comportamento agressivo, como a presença de estímulos externos, como música alta.

Diante da boa adesão dos colaboradores do Hospital de Base ao curso, a expectativa é que o treinamento se torne uma iniciativa anual, com o objetivo de aprimorar continuamente as técnicas e os procedimentos oferecidos aos pacientes. A capacitação também tem como meta expandir os benefícios da formação a outras unidades geridas pelo IgesDF.

 

Por Agência Brasília, com informações do IgesDF | Edição: Ígor Silveira