A pesquisa da equipe do Mestrado em Ciências para a Saúde aponta a teleconsultoria como forma de comunicação eficaz entre médicos da Atenção Primária e especialistas da Atenção Secundária
Estudantes e docentes do mestrado em ciências para a saúde da Escola de Saúde Pública (ESP-DF), mantida pela Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs), tiveram um artigo científico publicado na renomada revista Health Policy and Technology.
O estudo intitulado Teleconsultation as a strategy to support primary health care professionals: A scoping review apresenta resultados de várias experiências realizadas em diversos países, incluindo o Brasil, que implantaram tecnologias em que profissionais de saúde trocam informações clínicas de forma síncrona ou assíncrona e tomam decisões conjuntas sobre as melhores condutas e tratamentos para os problemas de saúde dos seus pacientes.
No Brasil, o Ministério da Saúde denomina essa metodologia de teleconsultoria ou telerregulação e é responsável por normatizar como ela deve ser implantada no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
A gerente de cursos de mestrado e doutorado da ESP-DF e uma das autoras do artigo, Leila Göttems, explica que a publicação detalha como a teleconsultoria/telerregulação pode ser implantada, os benefícios e os desafios. “Ao abordar essas questões, a publicação contribui para que profissionais de saúde sejam capacitados e encorajados a implantar a atividade. É importante lembrar, também, que a pesquisa contribui para que os formuladores de políticas possam envidar esforços para sua implementação, com vistas a melhorar os sistemas de saúde local e facilitar o acesso da população aos cuidados especializados de forma menos onerosa para o Estado e mais satisfatória para a população”, afirma.
Resultados
A pesquisa aponta que, ao serem analisadas experiências semelhantes, foi possível identificar que elas beneficiam a população, já que reduzem tempo de espera e encaminhamentos desnecessários dos pacientes. Ou seja, o usuário deixa de aguardar em uma fila de espera e passa a ter seu atendimento completo na Atenção Primária de Saúde (APS), sem deslocamentos, sem atraso no início do tratamento e com mais segurança e satisfação com o cuidado.
“A teleconsultoria não se trata apenas de tecnologia, já que estamos falando também sobre as relações entre as pessoas, de melhoria na comunicação e sobre a colaboração entre os profissionais de saúde para traçar a linha de cuidado mais adequada aos pacientes”, destaca Rodrigo Almeida, autor principal do artigo do mestrado profissional.
A pesquisadora e docente da ESP-DF Aline Imoto, que foi orientadora do mestrando, lembra que a publicação em uma revista bem-conceituada como a Health Policy and Technology reflete a consistência do estudo, a seriedade do método e a coerência dos resultados da pesquisa, já que os artigos passam por avaliação prévia de outros pesquisadores e nem todos os trabalhos submetidos são aceitos.
Ela destaca que o artigo reflete o compromisso das instituições envolvidas com a pesquisa de excelência, e também sua contribuição com a produção de evidências científicas para auxiliar na implementação de políticas de saúde. “Os gestores e formuladores de políticas de saúde precisam de evidências científicas para tomarem decisões mais assertivas e resolutivas. Esse tipo de artigo, que sintetiza estudos e organiza as evidências, são grandes contribuições para melhorar a qualidade das políticas de saúde”, finaliza.
O trabalho científico foi produzido pela equipe composta por Rodrigo da Silva Almeida, Fábio Ferreira Amorim, Jozinélio Severino Teixeira, Claudilene Sousa Fortaleza, Carlos Amilcar Salgado, João Marcelo Barreto Silva, Paulo Ricardo Giusti da Silva (Unifesp), Maria Stella Peccin da Silva (Unifesp), Leila Bernarda Donato Göttems e Aline Mizusaki Imoto.
Clique aqui para acessar o artigo.
Por Agência Brasília, com informações da Fepecs | Edição: Débora Cronemberger