Feira reúne mais de 60 ilustradores no Espaço Cultural Renato Russo com programação gratuita
Um rabisco é o ponto de partida para dar vida às obras de mais de 60 ilustradores – entre profissionais e iniciantes – do Distrito Federal e de outras regiões, que participam da 12ª edição da Feira Rabiscão, neste sábado (3), no Espaço Cultural Renato Russo. O evento segue até domingo (4), das 11h às 19h. No local, são vendidos prints, camisetas, adesivos, bottons e outros produtos autorais.

Gratuita e aberta ao público, a iniciativa promove a difusão da arte gráfica autoral e cria um espaço de comercialização direta. A artista Yasmin Hassegawa, participante desde as primeiras edições do encontro, leva ilustrações em quadros, ecobags, ímãs, bottons e adesivos, e reforça a importância do evento: “Eu sempre fico muito feliz de estar no Rabiscão, porque é uma comunidade de ilustradores, de artistas, de quadrinistas que pode mostrar trabalho para o público e ter reconhecimento”.
Nesta edição, a programação inclui a tradicional mesa coletiva de desenho aberta ao público, uma dinâmica com o ilustrador Diego Moscardini e a atividade interativa Stamp Rall – em que os participantes adquirem caderninhos especiais e completam suas páginas com adesivos e carimbos de diversos artistas –, além de um espaço gastronômico.
Responsável pela ilustração desta edição, o artista Caio Gomez celebrou a continuidade do projeto iniciado em 2019, que vem atraindo novos públicos e criadores. “Eu que sou veterano fico feliz de ver a pessoa começando empolgada e lembrar como foi o começo de tudo”, descreve. Para a arte deste ano, ele criou personagens como lápis, pincel, bloco de anotações e spray, todos de mãos dadas, para representar o que o evento significa para ele: “O de desenhar junto”.

Ilustração colaborativa
O Rabiscão nasceu como uma iniciativa espontânea de ilustradores que buscavam sair do isolamento dos ateliês e compartilhar o processo criativo em encontros presenciais. Desde então, o projeto se consolidou como referência na cena da ilustração independente e colaborativa, integrando a programação de diferentes espaços culturais do DF.
“O Rabiscão surgiu de um encontro informal de ilustradores que se reuniam para desenhar em bares e restaurantes e trocar ideias. Depois a gente achou que precisava criar uma maneira das pessoas também venderem seus trabalhos, exporem para o resto das pessoas que não são ilustradores”, explica a organizadora Vanessa Navarro.

Na curadoria, todos os trabalhos expostos têm algum elemento ilustrativo. “Pode ser uma cerâmica, uma fotografia, texto, mas sempre com um elemento autoral de ilustração”, acrescenta a também organizadora Janaina Coe. Para ambas, estimular eventos como esse é uma forma de dar voz aos artistas da capital e de outras cidades. “As pessoas querem viver da sua arte, mas viver com dignidade e ter como trabalhar”, complementa Vanessa.
Na visão da editora Paula Dias, 30 anos, que visitou o evento pela primeira vez, a reunião de artistas de diferentes áreas garante diversidade cultural. “Estava achando que ia ser só zine print, mas está tendo muita coisa diferente, há várias técnicas e formatos. Fiquei bastante animada”, descreve. Como editora, ela também vê nas ilustrações um ponto de interesse constante. “Gosto de estar sempre de olho nas novidades”, acrescenta.
Por Thais Umbelino, da Agência Brasília | Edição: Carolina Caraballo