Programa ‘Turismo em Ação’ entregou carteiras aos artesãos da comunidade e mapeou pontos de interesse para consolidar atividade na região
A caravana do Turismo em Ação – programa itinerante da Secretaria de Turismo (Setur) – deixou um legado que já está transformando o Riacho Fundo II em uma rota do turismo, ressignificando as experiências de seus moradores e visitantes. Localizado na administração regional da cidade, o Centro de Atendimento ao Turista (CAT), em funcionamento desde o dia 11 deste mês, está alavancando a cadeia turística na região.
Além da inauguração do espaço, o Turismo em Ação entregou ainda 14 carteiras nacionais para os artesãos da comunidade, um documento que funciona como um registro profissional e permite com que esses trabalhadores possam atuar em eventos nacionais e internacionais.
“O objetivo dos CATs é fazer essa conexão e informar ao turista que, na cidade para onde ele vai, tem um atendente qualificado para dar as informações que ele precisa para conhecer essas potencialidades”. Vanessa Mendonça, secretária de Turismo
Para a administradora regional do Riacho Fundo II, Ana Maria da Silva, o CAT vai ajudar o turista que deseja conhecer a região e fomentar a economia social: “Neste espaço, o turista recebe todas as informações necessárias sobre os pontos turísticos da nossa cidade, produtos e serviços, como o artesanato. Além disso, consegue esclarecer qualquer dúvida sobre o Riacho Fundo II.
O turista também encontra dicas de roteiros e calendários dos eventos anuais, já que somos um centro grandioso de turismo com atuações nas mais diversas áreas, como a religiosa, rural, cultural, entre outras”. O CAT do Riacho Fundo segue os padrões estabelecidos pela Setur, com atendimento diário das 9h às 18h, inclusive aos finais de semana e feriados.
“Nós sabemos que, para além do turismo arquitetônico, cívico ou náutico, temos as regiões administrativas, que possuem verdadeiras joias turísticas. O objetivo dos CATs é fazer essa conexão e informar ao turista que desembarca na rodoviária que, na cidade para onde ele vai, tem um atendente qualificado para dar as informações que ele precisa para conhecer essas potencialidades. Estamos conectados. Os pontos turísticos do Riacho Fundo II serão promovidos, por exemplo, no CAT do aeroporto”, destacou a secretária de Turismo do DF, Vanessa Mendonça.
Unicidade
Para o secretário executivo do Esporte, Márcio Rogério, o morador do Riacho Fundo II tem recebido um trabalho de excelência realizado pela administração local, o que tem sido potencializado por ações do GDF e, em especial, pelas secretarias de Esporte e Turismo. “Essas ações que estão sendo entregues ao Riacho Fundo II vêm a calhar com tudo o que estamos pensando para a transformação da cidade. A unicidade é o fortalecimento de tudo isso, e o GDF se fortalece quando estamos trabalhando juntos; o esporte e o turismo são coirmãos”, completou.
“Tudo o que tem sido feito aqui, incluindo o curso do CAT, me fez valorizar ainda mais a minha cidade e o que temos em nossas mãos”. Eliane Rodrigues da Silva, certificada pelo curso de atendimento do CAT
Durante a inauguração do CAT, Vanessa Mendonça ressaltou que a Setur trabalha, diuturnamente, em prol do desenvolvimento do setor, e que Brasília é muito mais que todos imaginam. “Com o trabalho desenvolvido pelo governador Ibaneis Rocha, somos hoje reconhecidos como um dos destinos turísticos mais procurados, inclusive, tendência para 2021”, afirmou.
Para Eliane Rodrigues da Silva, uma das agraciadas com o Certificado de Qualificação do Curso de Atendimento do CAT, todas as ações do governo e do Turismo em Ação despertaram um novo olhar para as belezas do Riacho Fundo II e do seu potencial turístico. “Tudo o que tem sido feito aqui, incluindo o curso do CAT, me fez valorizar ainda mais a minha cidade e o que temos em nossas mãos. Esse conhecimento nos permitiu ir além e nos reinventar nesse momento tão difícil de pandemia”, destacou.
Fungetur
Durante as ações do Turismo em Ação, a titular da Setur ressaltou a importância do Fundo Geral do Turismo (Fungetur) para o fomento de atividades do turismo, inclusive o artesanato, por meio da linha de crédito histórica junto ao Banco de Brasília (BRB). A instituição financeira é responsável por operar o repasse de R$ 521 milhões feito pelo Ministério do Turismo. “Estamos indo a cada uma das regiões administrativas para falar desse recurso e colocá-lo à disposição da comunidade”, disse a secretária.
A subsecretária de Promoção e Marketing da Setur, Daniele Faria Lopes, aproveitou a ocasião para conversar com os empresários e artesãos sobre a necessidade de um novo olhar para reconhecer que o turismo pode fortalecer a identidade local. “O turismo é esse movimento de pessoas vindo para cá para conhecer a nossa história, a gastronomia, a cultura, o artesanato, consumir e gerar renda local. É uma indústria com alto poder de transformação e a população precisa se apropriar dos produtos do turismo”, reforçou.
Carteira do Artesão
“A Carteira Nacional do Artesão vai me dar visibilidade e abrir muitas portas, pois é uma forma de oficializar o trabalho do artesão”. Ana Kássia de Silva Ramos, artesã
No encerramento de cerimônia de inauguração do CAT, a Setur fez a entrega de 14 unidades da Carteira Nacional do Artesão. Vanessa Mendonça ressaltou que o documento é a certificação da qualidade do artesanato produzido e abre a oportunidade para que os artesãos participem de feiras locais e nacionais. Além disso, ela colocou à disposição da comunidade artesã o caminhão do artesanato, para levar a produção a todas as feiras das quais a Setur participa nem Brasília ou em outras cidades.
A artesã Ana Kássia de Silva Ramos, 37 anos, tem quatro filhos. Veio de Fortaleza (CE) para o Riacho Fundo II em busca de melhoria das oportunidades profissionais. Com dez anos de experiência com macramê, Ana Kássia foi uma das 14 artesãs a receberem o documento. “A Carteira Nacional do Artesão vai me dar visibilidade e abrir muitas portas, pois é uma forma de oficializar o trabalho do artesão. E esse trabalho está sendo cada vez mais bem-visto pela sociedade, porque é uma energia materializada no produto que a gente trabalha e faz com muito carinho e amor, além de ser peça exclusiva”.
Pontos turísticos
A caravana do Turismo em Ação percorreu pontos turísticos ainda pouco conhecidos na região do Riacho Fundo II, como a Mesa do JK, o Instituto de Saúde Mental (ISM) e a Capela São Paulo Apóstolo. O objetivo foi identificar as melhorias que precisam ser feitas, como acesso, sinalização e infraestrutura, para entrar em ação e incentivar o turismo local.
A Mesa do JK foi construída há mais de 60 anos pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek para reuniões em que precisava de privacidade e tranquilidade. A estrutura está dentro da Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) da Granja do Ipê e fica a 35 km do Plano Piloto. O local guarda um tesouro de beleza natural e exuberante no Riacho Fundo II e é um espaço perfeito para um encontro com a natureza.
Ainda dentro da Granja Riacho Fundo, é possível conhecer a residência de campo de ex-presidentes como Ernesto Geisel, Tancredo Neves e José Sarney, uma verdadeira joia arquitetônica que impressiona qualquer visitante. Na entrada da antiga casa principal, há um painel imenso do artista Athos Bulcão – o maior dele fora do Plano Piloto.
Além disso, a estrutura possui detalhes em madeira, pedras, janelas imensas, cobogós e mobília que remontam à história de Brasília e do Brasil. No espaço, muito arborizado, inclusive com imensas espécies de araucária, há um lago e uma piscina com cascata natural. Em 1987, o ex-presidente José Sarney doou o local para a Secretaria de Saúde, que fundou o Instituto de Saúde Mental (ISM). Atualmente, o ISM abriga 34 pacientes residentes e atende mais dois mil pacientes portadores de doenças psiquiátricas.
A caravana do Turismo em Ação também conheceu de perto a Capela São Paulo Apóstolo, que foi construída toda em madeira, em 1958, pelo ex-prefeito de Brasília, Israel Pinheiro. Os cuidados estão sob a responsabilidade da zeladora Maria Zita Ferreira Cassimira. A filha, Hellen Amanda Ferreira Cassimira, é a coordenadora da Pastoral do Dízimo e da Liturgia e assumiu a função de guia turística da igreja.
“Eu cresci aqui dentro, meus pais são zeladores da capela e minha mãe me ensinou a cuidar daqui. É muito significante para mim transferir essa história para outras pessoas que, muitas vezes, nem sabem dela. Essa iniciativa da Setur é muito importante, não só para a comunidade do Riacho Fundo II, mas para toda a nossa capital”, destacou Amanda Cassimira.
“Nós temos um propósito e vamos fazer juntos. A construção de um roteiro do Riacho Fundo II e a inauguração do Centro de Atendimento ao Turista vão transmitir experiências, como essa que estou vivenciando agora, de ouvir uma história linda como a contada pela Amanda. Isso dá significado ao turismo local, e temos de valorizar ações humanizadas como essa”, finalizou Vanessa Mendonça.
*Com informações da Setur