Cidadania

Alimentos da safra enriquecem nutricionalmente pratos típicos das festas juninas

Produtos como milho, mandioca, inhame e abóbora japonesa são encontrados na Ceasa-DF e surgem como alternativas para refeições tradicionais mais saudáveis e com preços acessíveis

Chegou a época das festas juninas e, junto com elas, a oportunidade de explorar o melhor da safra de alimentos frescos e nutritivos do Distrito Federal. No mais conhecido centro de abastecimento da capital, a Ceasa, os brasilienses encontram uma variedade de produtos que não só rendem pratos típicos deliciosos das festividades, mas também são benéficos para a saúde.

Estrela dos pratos mais tradicionais das festas juninas, o milho é conhecido pela versatilidade na culinária. Excelente fonte de energia e de vitaminas do complexo B, esse cereal costuma ser colhido entre os meses de maio e setembro. Ele é, também, a base de deliciosos quitutes como pamonha, canjica, bolos e pipoca.

Outra comida típica feita com milho é o curau. Mas você já imaginou comer esse doce feito com abóbora japonesa? Conhecido também como cabotiá, esse alimento é uma boa pedida para quem deseja turbinar a iguaria junina. O resultado dessa receita diferentona (confira mais abaixo) é uma iguaria rica em fibras e com carboidratos de baixo índice glicêmico, que ajuda a manter os níveis de açúcar no sangue estáveis, prevenindo condições como diabetes.

Caldo de legumes

Quem também se destaca nas festas juninas pela versatilidade é a mandioca. Ela está presente em várias receitas juninas adicionando sabor e enriquecendo nutricionalmente os pratos, contribuindo para a saúde digestiva e proporcionando maior saciedade. Além disso, suas vitaminas do complexo B são essenciais para o funcionamento adequado do sistema nervoso e do coração.

A mandioca é, também, comumente utilizada na confecção de caldos, que ajudam a manter os brasilienses aquecidos durante este período de frio mais intenso. Uma boa pedida é usá-la juntamente com a couve-flor e o espinafre para fazer um caldo de legumes funcional rico em vitaminas e fibras.

É justamente a procura por ingredientes para caldos e sopas que movimenta as vendas da comerciante Neide Xavier, 48 anos, lotada no mesmo ponto da Ceasa há mais de 30 anos. “Nessa época do frio, todo mundo me procura. O pessoal vem atrás da mandioca, do chuchu, da cenoura, folhagens também. Outro que vende muito é o gengibre – usado no quentão”.

Para diminuir o colesterol

Que o bolo de mandioca e milho já fazem parte do cardápio das festividades todos sabem, mas uma novidade promete conquistar o paladar dos amantes das comidas juninas: o bolo de inhame. Esse tubérculo é conhecido por seu alto teor de amido e por ser uma ótima fonte de energia. É, também, rico em saponina – antioxidante de combate aos radicais livres e ajuda a controlar o colesterol.

Segundo o comerciante Valmir da Cruz, 62, outra pedida é colocar o inhame para assar diretamente na brasa das tradicionais fogueiras juninas. “Muita gente compra milho e batata-doce para fazer isso nessa época. O inhame é uma opção bem mais em conta. Só jogar na fogueira e assar bem devagarinho”, explica.

Saúde e economia

Além da qualidade nutricional e do frescor dos produtos comercializados pela Ceasa, outra vantagem de comprar na central de abastecimento é o valor acessível. No local, os alimentos da safra junho-julho estão disponíveis a preços mais competitivos, em comparação aos praticados pelas redes de supermercados.

A economia é especialmente bem-vinda durante as festas juninas, permitindo que as famílias preparem pratos tradicionais sem comprometer o orçamento. “São alimentos de qualidade, a maioria orgânicos e diretamente do produtor. Eu confio mais nos produtos daqui e o preço compensa bastante pela qualidade”, avalia a cozinheira Leila Lima, 54. Ela vai com frequência à Ceasa selecionar os ingredientes das marmitas que vende.

O também cozinheiro Tariq Jarbou, 36, visitou poucas vezes a Ceasa, mas garante: “Nunca me decepcionei”. “Vim comprar folhagens para as refeições congeladas que vendemos. Estou começando agora, mas sei que aqui a disponibilidade é melhor e a qualidade é garantida. Os vendedores se preocupam muito com a qualidade do produto”, conta.

Por Victor Fuzeira, da Agência Brasília | Edição: Débora Cronemberger