Serviços terão foco no pavimento, na desobstrução e drenagem; equipes trabalham na limpeza e monitoramento em tempo real para atender a população
O Governo do Distrito Federal (GDF) definiu diferentes frentes de atuação como resposta às fortes chuvas que deixaram famílias desabrigadas no Sol Nascente/Pôr do Sol no último fim de semana. As ações vão desde o pagamento de auxílios e a abertura de um abrigo até obras de pavimentação e drenagem.
“Nós estamos trabalhando a questão do Sol Nascente em quatro dimensões. A primeira é a limpeza de toda a destruição que foi feita. Restos de asfalto, lixo, a terra que foi para a pista, estamos melhorando a mobilidade. A segunda é reconstituir o asfalto da parte que foi destruída. A terceira nós estamos melhorando as drenagens, aquilo que é possível melhorar em relação a desobstruir o caminho da água. E o quarto é o acolhimento das pessoas porque tem casas que tiveram que ser desconstituídas e as famílias em situação vulnerável nós estamos acolhendo”, explicou o secretário de Governo, José Humberto Pires de Araújo.
Na manhã desta segunda-feira (25), gestores se reuniram na sede da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Na reunião ficou estabelecido que os caminhões desobstruidores vão intensificar a operação de limpeza de bocas de lobo e poços de visita para aumentar a capacidade de absorção da água. O asfalto vai ser recuperado onde houver dano. Especialistas vão mapear erosões, que também vão receber uma atenção especial. O governo estuda implementar ondulações nas pistas, com o objetivo de frear e dissipar a correnteza.
“Diante da gravidade do quadro, o GDF uniu forças para dar início imediato aos trabalhos nos trechos mais afetados”, destacou o presidente da Novacap, Fernando Leite. “Além de intervenções paliativas e rápidas, vamos atuar com trabalhos preventivos, nos precavendo de futuras chuvas”, completou.
Desde o início da manhã desta segunda, equipes da Secretaria de Obras e Infraestrutura (SODF), Novacap, Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Defesa Civil e administrações regionais trabalham na recuperação de pavimento, limpeza de ruas, ampliação do sistema de captação com a abertura de novas bocas de lobo e monitoramento em tempo real para minimizar os danos causados à população.
O SLU esteve em campo, concentrando esforços na remoção de resíduos e desobstrução de vias nas áreas mais afetadas pela chuva. Pontos como a avenida do Trem Bão, no Sol Nascente, e a região da Fundação Bradesco, em Ceilândia, foram priorizados pela força-tarefa.
Enquanto isso, máquinas e equipes da Novacap trabalham intensamente no P Norte, em Ceilândia, recuperando o pavimento danificado e mapeando locais estratégicos para instalação de novas bocas de lobo na região. No Sol Nascente, foram executadas ações no entorno das avenidas Vitória e das Palmeiras e na chácara 126. No Pôr do Sol, as equipes trabalharam na recuperação do pavimento na Rua do Monte e na Quadra 108. Essas ações visam ampliar a capacidade de drenagem e evitar alagamentos em futuras chuvas.
Durante as inspeções no Sol Nascente/Pôr do Sol, o GDF identificou que as casas erguidas irregularmente obstruíram a passagem da água. O GDF determinou também a construção de mais bocas de lobo nas redes já existentes e também estuda a construção de novas.
“Não dá para fazer obra de drenagem em período de chuva. O que nós vamos aproveitar são as redes já existentes e vamos melhorar a abertura de boca de lobo nas redes já existentes. Mas tem que ser feita uma bela modificação no sistema de drenagem da Ceilândia, que permita que essa água fique ali em cima e não desça para o Sol Nascente”, detalhou José Humberto Pires de Araújo.
A força-tarefa foi montada após as fortes chuvas que atingiram o Sol Nascente/Pôr do Sol na noite de sábado (23). No dia seguinte, representantes do GDF, incluindo o governador Ibaneis Rocha, estiveram em vários pontos da região administrativa para fazer o mapeamento das áreas afetadas e iniciar a recuperação da cidade.
“Esse comitê vai se reunir de forma permanente para avaliar as ações implantadas e propor outras iniciativas com o objetivo de resolver essa questão o mais rapidamente possível”, enfatizou o secretário de Obras e Infraestrutura, Valter Casimiro.
Abrigo e auxílios
O GDF também estabeleceu o pagamento de até R$ 1.416 em auxílios para as famílias. O valor é a combinação de três benefícios emergenciais: auxílio calamidade (R$ 408), auxílio vulnerabilidade (R$ 408) e auxílio excepcional (R$ 600), totalizando até R$ 1.416 por família, valor que varia de acordo com cada situação.
As famílias podem se abrigar na Escola Parque Anísio Teixeira, em Ceilândia, onde foi montado um espaço pelo Governo do Distrito Federal (GDF), com alimentação, itens de higiene e local para dormir. A estrutura foi montada pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), que tem prestado assistência às vítimas das enchentes de maneira imediata. O abrigo foi instalado numa sala reservada da ginástica rítmica, com ventilador e bem arejada. Tem banheiro, cinco chuveiros, bebedouro e saída próximo à sala. Também será ofertado alimentação e kit higiene, assim como acolhimentos institucionais.
Monitoramento
Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) revelam que, em novembro, o volume de chuvas já foi o dobro do previsto para o mês. Esse grande acumulado de água sobrecarregou o sistema de drenagem de Ceilândia, que não conseguiu reter toda a vazão, fazendo com que a água descesse com grande velocidade para o Sol Nascente, provocando alagamentos e transtornos em pontos específicos da região.
Desde o início do período chuvoso, a Secretaria de Obras e Infraestrutura, em parceria com a Novacap e as administrações regionais, monitora 24 horas por dia, 7 dias por semana, os principais problemas causados pela chuva em todas as cidades do Distrito Federal.
A população pode colaborar com o monitoramento, indicando pontos críticos via redes sociais ou diretamente aos canais oficiais do GDF. Nas redes sociais, marque @gov_br e use a #chuvasDF.
“A participação da população é fundamental nesse processo. Pedimos que os moradores relatem problemas causados pelas chuvas na sua região para que possamos agir com ainda mais agilidade e de forma direcionada”, conclui Casimiro.
Por Ian Ferraz, da Agência Brasília, com informações da Novacap e da Secretaria de Obras | Edição: Vinicius Nader