Estrutura está sendo construída próximo à Vila Telebrasília e receberá o volume pluvial captado em mais de 6,5 km de drenagem
Uma nova bacia de detenção está sendo construída no Plano Piloto. A empreitada faz parte do projeto da nova Estrada Setor Policial Militar (ESPM) e é executada pela Secretaria de Obras e Infraestrutura do Distrito Federal (SODF). A lagoa terá capacidade para 357 mil m³, dos quais 205 mil m³ serão efetivamente utilizados para drenagem, volume equivalente a 186 piscinas olímpicas. Até o momento, já foram escavados mais de 264,3 mil m³.
As equipes trabalham na finalização da escavação e na construção dos dispositivos de entrada e saída do volume pluvial na lagoa, bem como na execução dos poços de visita e das galerias em concreto. Os dispositivos de entrada e saída serão os responsáveis por reduzir a velocidade do volume pluvial que chegará ao Córrego Riacho Fundo. São estruturas compostas por gabiões – gaiolas de aço inoxidável preenchidas com britas de alta granulometria – e concreto.
A bacia está localizada ao lado da Vila Telebrasília, na Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) Santuário de Vida Silvestre Riacho Fundo, às margens da DF-051, Estrada Parque das Nações. O volume que será enviado para a estrutura começa a ser captado na altura da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), na Quadra 3 da ESPM, por bocas de lobo. Para o escoamento, estão sendo erguidas mais de 6,5 km de drenagem.
“A lagoa de detenção terá um papel essencial na preservação do meio ambiente e no reforço do sistema de drenagem do Distrito Federal”, enfatiza o secretário de Obras e Infraestrutura, Luciano Carvalho. O acesso à estrutura será restrito e a área terá cercamento de alambrados, para evitar acidentes.
A fiscal da SODF Gabriela Rodrigues explica que, em relação à escavação, o diâmetro previsto para a bacia já foi alcançado e, agora, a equipe trabalha para atingir a profundidade adequada, estimada em 12 metros. Ela também esclarece que os dispositivos de entrada e saída da lagoa terão alturas diferentes, outra tática utilizada para reduzir a velocidade da água que chega ao corpo hídrico.
“Com a lagoa, conseguimos diminuir o assoreamento do córrego e até torná-lo próximo a zero. Além de que a diferença na altura de um dispositivo para o outro permite a decantação de resíduos que possam ser carregados pela rede de drenagem, como animais mortos e lixo”, pontua. “O que muda entre uma lagoa de detenção e de contenção é que a segunda não tem ligação com um corpo hídrico. Nessa, o objetivo é que a água recebida infiltre no solo. Já a de detenção, recebe o volume e manda para outro lugar”, esclarece Rodrigues.
Além da drenagem, as obras na ESPM incluem a criação de um corredor exclusivo para ônibus em pavimento rígido, construção de calçadas e ciclovias e a pavimentação asfáltica. O investimento é de cerca de R$ 57 milhões e as intervenções fazem parte da consolidação do chamado Corredor Eixo Oeste, que terá 38,7 km de extensão e ligará as principais vias do Sol Nascente/Pôr do Sol ao Plano Piloto.
Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno