Cidadania

Drenar DF chega a 2 quilômetros de túneis concretados

Obra é dividida em cinco lotes e mantém andamento mesmo durante o período de chuvas; investimento é na ordem de R$ 180 milhões para resolver o problema de drenagem da Asa Norte e região central do Plano Piloto

Novos marcos foram alcançados pelo Drenar DF na última semana. O maior programa de escoamento de águas pluviais do Governo do Distrito Federal (GDF) chegou a 2 km de passagens subterrâneas concretadas. Além disso, a obra ultrapassou 5,6 km de túneis escavados – incluindo poços de visita (PV) e galerias em tunnel liner -, de um total de quase 8,8 km previstos no projeto.

Com investimento na ordem de R$ 180 milhões, a obra foi dividida em cinco lotes e é executada pela Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap). Estão sendo gerados mais de 500 empregos. Segundo o diretor técnico da Terracap, Hamilton Lourenço, as equipes estão seguindo o cronograma planejado. “As chuvas não nos atrapalham. A bacia já está praticamente toda escavada, e os poços de visita são cobertos e protegidos, até mesmo devido à segurança do trabalho. Essa barreira não permite a entrada de água no túnel e nós conseguimos manter o ritmo”, pontua.

A rede de tubulação começa na altura da Arena BRB (Estádio Nacional Mané Garrincha) e vai até o Lago Paranoá, seguindo em paralelo às quadras 902 (perto do Colégio Militar), 702, 302, 102, 202 e 402, cruzando a W3 Norte e o Eixo Rodoviário Norte (Eixão), além da via L2 Norte, chegando à L4 Norte. O projeto duplicará a capacidade de escoamento da região sem modificar a rede existente, dando fim a enchentes recorrentes em todo o período de chuvas. O novo sistema inclui a construção de 274 bocas de lobo a partir dos poços de visita, dos tipos duplo, triplo e quadruplo.

Ao final da rota de drenagem, está sendo construída uma bacia de detenção, no Setor de Embaixadas Norte. Com capacidade para comportar até 96 mil m³ de água, o tanque terá dupla função: reduzir a pressão da água que chega ao Lago Paranoá e reduzir o índice de sujeira que chega ao corpo hídrico, a partir de decantação. A estrutura está sendo implantada em uma área de 36 mil m², dentro do Parque Urbano Internacional da Paz. A empresa responsável pela obra do espaço de lazer já foi contratada.

Método

A escavação da tubulação é feita com o método tunnel liner, que concentra quase todos os serviços no subterrâneo, mitigando transtornos na superfície. ‌A perfuração do solo é feita de forma manual, com pás e picaretas, em profundidade de até 22 m. A cada 46 cm de solo escavado, chapas de aço corrugado são montadas para dar sustentação ao túnel, e ocorre a aplicação de concreto armado.

Os poços de visita ou poços de ataque são as únicas estruturas ao alcance dos olhos da população. As passagens são construídas na vertical e dão acesso às galerias. Já houve a escavação de 871,5 m e a concretagem de 54,2 m. Os PVs são pontos de interligação das galerias e garantem o acesso das equipes responsáveis pela manutenção da rede.

Divulgação da obra

Integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico do Distrito Federal (Codese-DF) visitaram a bacia de detenção do Drenar DF na última sexta-feira (16). Foi a primeira visita do ano, e faz parte da estratégia da Terracap de divulgar os detalhes da obra. Dezenas de estudantes de faculdades particulares e da Universidade de Brasília (UnB), bem como servidores de órgãos de fiscalização e controle, já conferiram o andamento dos serviços.

O encontro foi precedido por uma apresentação do sistema de drenagem e contou com a presença da diretoria e de engenheiros da Terracap. “Para nós, é muito importante demonstrar como está sendo feita essa obra, como é que ela foi planejada, qual o método construtivo, como está a evolução da obra e o que é que ela vai proporcionar de benefício à população quando for entregue”, defende o presidente da Terracap, Izidio Santos Junior.

Para o presidente da Codese-DF, Leonardo Ávila, a visita demonstrou como o Drenar DF solucionará problemas antigos da população. Ele ressalta ainda a importância de prosseguir com as demais etapas do projeto, referentes a obras em outras quadras da Asa Norte, na Asa Sul e em Taguatinga. As faixas da área central de Brasília são de responsabilidade da Terracap, enquanto a execução em Taguatinga cabe à Secretaria de Obras.

“Torcemos para que as outras fases sejam iniciadas o mais brevemente possível, entendendo a dimensão de todos os gargalos relacionados a isso, como nos foi demonstrado. São gargalos na aprovação do projeto junto a todos os órgãos do GDF para início de cada uma dessas etapas. Por isso, é importante que todos esses órgãos estejam realmente envolvidos e saibam da importância de um projeto desse para a sociedade do Distrito Federal”, enfatiza Ávila.

Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader