Medidas elaboradas pela Terracap visam a permitir o manejo correto da rede de drenagem, incluindo as galerias subterrâneas e o reservatório; serviços serão responsabilidade da Novacap
Responsável por reduzir a pressão e o índice de sujidade da água que chega ao Lago Paranoá, a bacia de detenção será essencial para o sucesso do Drenar DF, o maior programa de escoamento e captação de águas pluviais do Governo do Distrito Federal (GDF). O manual de manutenção do reservatório está sendo elaborado pela Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap). Serão listados os métodos de inspeção e limpeza que vão permitir o pleno funcionamento do tanque, assim como dos túneis subterrâneos, serviços que ficarão a cargo da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).
Segundo o diretor-técnico da Terracap, Hamilton Lourenço Filho, as medidas são cruciais para evitar alagamentos e garantir que a água da chuva escoe de forma segura. “Com o tempo, folhas, lixo e sujeira podem se acumular nos bueiros e galerias, bloqueando a passagem da água e aumentando o risco de enchentes. Já no reservatório, que armazena temporariamente a água da chuva, o acúmulo de areia, lama e o crescimento de mato podem reduzir sua capacidade de armazenamento”, observa.
Como solução, o manual estabelece que limpezas periódicas para a retirada de sujeiras que podem obstruir as passagens. “A população também pode ajudar, evitando jogar lixo nas ruas, pois resíduos como sacolas plásticas e garrafas podem entupir a drenagem. Nos reservatórios, a remoção da sujeira acumulada, a regularização do fundo, a limpeza das grades e o controle da vegetação ajudam a manter o sistema funcionando corretamente”, complementa o diretor-técnico.
A bacia de detenção recebeu água pluvial pela primeira vez na madrugada de 23 de janeiro. Segundo técnicos da Terracap, a lâmina-d’água subiu 80 centímetros e continha resíduos carregados pelas chuvas. “Nós pedimos para que a população tenha essa consciência de que lugar de lixo é no lixo. O descarte precisa ser no lugar correto para que a coleta seja feita de forma adequada pelo SLU [Serviço de Limpeza Urbana]. Não ter essa consciência tem um custo ambiental muito grande”, alerta Lourenço Filho.
Ponta final do projeto

O tanque ocupa um terreno de 37 mil m² e está localizado no Parque Urbano Internacional da Paz, no Setor de Embaixadas Norte. Para se ter ideia, essa área equivale a quatro campos de futebol tradicionais. Além disso, tem capacidade para reter até 96 mil m³ de água, volume suficiente para abastecer 40 piscinas olímpicas.
A bacia vai ajudar a manter a qualidade e a balneabilidade do Lago Paranoá, que hoje é considerada adequada em 95% de sua extensão. A estrutura será responsável por reter resíduos sólidos, promovendo uma barreira importante contra a poluição. Além disso, o tanque também vai contribuir para a redução do assoreamento, mantendo o equilíbrio ambiental do lago.

Foram instalados gradis de proteção, conforme determinação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além de placas informativas advertindo sobre o perigo de ultrapassar a barreira, uma vez que a estrutura não será própria para banho.
Capacidade de drenagem
Executado pela Terracap, o Drenar DF foi dividido em cinco lotes e conta com investimento de R$ 180 milhões. O sistema duplicará a capacidade de escoamento da região sem modificar a rede existente, reduzindo enchentes recorrentes em todo o período de chuvas.
A rede de tubulação começa na altura da Arena BRB (Estádio Nacional Mané Garrincha) e vai até o Lago Paranoá, seguindo em paralelo às quadras 902 da Asa Norte (perto do Colégio Militar), 702, 302, 102, 202 e 402, cruzando a W3 Norte e o Eixo Rodoviário Norte (Eixão), além da via L2 Norte, e chega à L4 Norte.
Concluída a primeira etapa do programa, que abrange as primeiras quadras da Asa Norte, a Terracap deve executar a segunda fase do projeto, que compreende das quadras 4 e 5 às quadras 14 da Asa Norte. O material está em aprovação na Novacap e aguarda recursos. Um terceiro projeto está em estudo para atender as quadras de finais 15 e 16.
Por Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Débora Cronemberger