Cidadania

Metrô tem manutenção de trens e trilhos e amplia medidas de segurança

Além da troca de trilhos na região de Ceilândia, trens da série 1000 passaram por inspeção com câmeras termográficas

 

A Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) iniciou o processo de ampliação da manutenção preventiva nos trens. No último domingo (21), foram iniciados os testes para a elaboração de um novo procedimento que será acrescentado aos roteiros de manutenção já existentes.

Essa nova inspeção faz parte do conjunto de medidas sugeridas por engenheiros eletricistas da companhia, após o incidente que culminou com um incêndio em um dos carros de um trem, no último dia 14 de julho. O novo protocolo será somado a outras providências determinadas pela comissão de investigação e análise, formada por técnicos e engenheiros, e coordenada pelo Conselho Permanente de Segurança (Copese).

Todos os trens da frota 1000 (os mais antigos) serão submetidos a testes para identificar pontos de sobreaquecimento nos circuitos e painéis elétricos localizados no interior dos armários elétricos e sancas dos carros dos trens. Caso sejam identificados um possível ponto de sobreaquecimento ou problemas na qualidade da energia no painel, é aberta uma ordem de serviço para intervenção corretiva imediata.

Na semana passada, todos os trens da série 1000 foram inspecionados com as câmeras termográficas. Os veículos passaram também por inspeções visuais e medições de fuga de corrente nos capacitores, contatoras, relés e fiação dos painéis do sistema de ventilação. Agora, serão submetidos a testes mais detalhados com scopemeter, uma ferramenta robusta usada para avaliar desde microeletrônicos a circuitos eletrônicos de potência, com todos os registros.

A radiação infravermelha emitida é invisível a olho nu, portanto é fundamental a utilização de uma câmera especial, conhecida como termovisor

“De acordo com os testes feitos no domingo, a inspeção dos armários elétricos de cada carro do trem leva pelo menos duas horas para ser concluída. A termografia é uma técnica preditiva de registro que permite o mapeamento das condições do painel elétrico, conforme a emissão da radiação infravermelha, buscando identificar pontos quentes”, explica o superintendente de Manutenção do Metrô-DF, Victor Mafra.

A radiação infravermelha emitida é invisível a olho nu, portanto é fundamental a utilização de uma câmera especial no processo. Essa câmera, conhecida como termovisor, torna as imagens infravermelhas visíveis ao olho humano. Os testes são feitos com o trem em movimento, simulando situações normais da operação.

Aspectos técnicos do novo protocolo

O novo protocolo inclui inspeção visual, quando são verificados o estado geral do painel, incluindo a fixação, pintura e identificação dos componentes; a presença de sinais de superaquecimento, como descoloração, deformações ou pontos de queimado; o aperto dos cabos nos bornes, buscando por folgas ou sinais de oxidação. Também é verificado o estado dos cabos, buscando por cortes, desgastes, ressecamento ou outras anomalias, além da limpeza do painel e a ausência de objetos estranhos.

A segunda parte é a verificação de grandezas elétricas, quando são medidas a tensão de linha e entre fases e neutro no disjuntor do painel; a tensão de linha e entre fases e neutro na entrada e saída do filtro capacitivo. São comparados os valores medidos com os valores nominais. Também são verificadas as medições de corrente e observada a temperatura do grupo capacitor, indutor, bornes, contactores, relés, barramentos, cabos e outros similares por meio da análise termográfica.

A terceira fase é a chamada análise de forma de onda. Para isso é conectado o osciloscópio (scopemeter) aos pontos de medição. Também são analisadas as formas de onda de tensão em busca de distorções harmônicas, transientes e outras anomalias, entre outros pontos.

A quarta fase é a análise termográfica com o painel energizado e em funcionamento para identificar pontos quentes acima do normal, comparando temperaturas com valores de referência.

Medidas de segurança

O Metrô-DF acrescentou no procedimento interno mais um nível ao protocolo de atuação dos pilotos em caso de fumaça ou outras intercorrências

Além do novo protocolo de manutenção para trens da série 1000, enquanto os laudos definitivos das perícias do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil não são concluídos, algumas mudanças nos procedimentos operacionais começaram a ser implementadas.

O Metrô-DF acrescentou no procedimento interno mais um nível ao protocolo de atuação dos pilotos em caso de fumaça ou outras intercorrências que, porventura, venham a afetar o sistema. Já houve a divulgação do procedimento para os pilotos e outros empregados da operação. A companhia recebeu, ainda, visita do Corpo de Bombeiros para auxiliar com informações técnicas quanto à melhoria dos procedimentos de combate a incêndios.

Por Agência Brasília, com informações do Metrô-DF | Edição: Vinicius Nader