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Protocolos Revertem Casos De ViolĂȘncia DomĂ©stica

Registro de ocorrĂȘncias caiu entre janeiro e junho deste ano. GDF reforçou canais de denĂșncias e serviço de assistĂȘncia social a vĂ­timas

Foto: Joel Rodrigues/AgĂȘncia BrasĂ­lia
A secretĂĄria da Mulher, Ericka Fillipelli, acredita que os resultados de reversĂŁo do quadro de vĂ­timas foram possĂ­veis graças Ă  integração de açÔes de sua pasta e da Segurança PĂșblica, por meio das polĂ­cias Civil e Militar | Foto: Joel Rodrigues/AgĂȘncia BrasĂ­lia

A criação de novos protocolos de atendimento pela Secretaria da Mulher e a resposta rĂĄpida de autoridades de segurança pĂșblica no combate ao feminicĂ­dio contribuĂ­ram para que o Distrito Federal registrasse uma queda nos casos de violĂȘncia domĂ©stica durante a pandemia. De janeiro a junho deste ano, foram 7.639 ocorrĂȘncias de violĂȘncia domĂ©stica no DF, 5,4% a menos que os 8.079 casos registrados no mesmo perĂ­odo de 2019. Os dados sĂŁo da Secretaria de Segurança PĂșblica divulgados no ObservatĂłrio da Mulher.

As campanhas de estĂ­mulo Ă s denĂșncias e a inovação do atendimento on-line por meio de novos canais se somaram ao plano de medidas do governo na proteção de mulheres que sofreram agressĂ”es dentro de casa no perĂ­odo de maior adesĂŁo do isolamento social. A favor disso tambĂ©m foi mantido o funcionamento ininterrupto das unidades do Centro Especializado de  Atendimento Ă  Mulher (Ceam).

O alerta da Organização das NaçÔes Unidas (ONU) de que o aumento da convivĂȘncia entre companheiros durante a pandemia poderia resultar em registros de violĂȘncia serviu, de acordo com a secretĂĄria da Mulher do DF, Ericka Filippelli, para que algo inovador fosse colocado em prĂĄtica. A preocupação aumentou quando os nove nĂșcleos de atendimento Ă  famĂ­lia do MinistĂ©rio PĂșblico do Distrito Federal e TerritĂłrios tiveram os trabalhos suspensos.

Ericka acredita que os resultados de reversĂŁo do quadro de vĂ­timas foi possĂ­vel graças Ă  integração de açÔes das secretarias da Mulher e de Segurança PĂșblica, por meio das polĂ­cias Civil e Militar. “TemĂ­amos a subnotificação dos casos pela falta de canais de denĂșncia. Decidimos, entĂŁo, correr atrĂĄs e pensar em polĂ­ticas pĂșblicas capazes de dar segurança para essas vĂ­timas, mesmo que estivessem dentro de casa com seus agressores. PrecisĂĄvamos que elas soubessem que nĂŁo estavam sĂł. SĂł assim as denĂșncias seriam possĂ­veis”, alertou.

Serviços essenciais

Desde o inĂ­cio da pandemia do novo coronavĂ­rus, o atendimento Ă s mulheres em situação de violĂȘncia foi mantido como prioridade do Governo do Distrito Federal (GDF). Em 18 de março de 2020, o Decreto n° 40.530 incluiu a assistĂȘncia social como serviço essencial, nĂŁo podendo ser interrompido.

As quatro unidades do Ceam – localizadas na Asa Sul, em Planaltina, em CeilĂąndia e na Casa da Mulher Brasileira, no inĂ­cio da Asa Norte –  mantiveram ininterruptos o acolhimento e o acompanhamento interdisciplinar (social, psicolĂłgico, pedagĂłgico e de orientação jurĂ­dica) Ă s vĂ­timas de violĂȘncia. A Casa Abrigo, que recebe mulheres em medida protetiva sob grave risco de vida, continuou aberta 24 horas.

3.303Total de atendimentos feitos pela Secretaria da Mulher entre março e agosto deste ano

Maria Tereza (nome fictĂ­cio) foi uma das mulheres agredidas pelo marido que recorreu ao Ceam da Asa Sul logo no inĂ­cio da pandemia. Ao desenvolver uma doença autoimune apĂłs 22 anos sob constante tortura psicolĂłgica e violĂȘncia sexual cometidas pelo marido, ela procurou um advogado para dar entrada no processo de divĂłrcio. Passou a contar tambĂ©m com o acompanhamento de uma psicĂłloga, tudo gratuito.

“O suporte psicolĂłgico que estou recebendo do Ceam tem sido extremamente importante para mim atĂ© porque, desempregada, eu nĂŁo poderia pagĂĄ-lo. É muito difĂ­cil passar por isso tudo e compartilhar as dores com familiares e amigos. Um profissional me dĂĄ bastante suporte”, conta ela.

VocĂȘ nĂŁo estĂĄ sĂł!

TambĂ©m foi lançada, durante a pandemia, a campanha Mulher, vocĂȘ nĂŁo estĂĄ sĂł!, para alertar as vĂ­timas de companheiros agressores que os serviços de proteção pĂșblica jĂĄ conhecidos, como o Disque 180, nĂŁo pararam em decorrĂȘncia do isolamento social.

De março a agosto deste ano, a Secretaria da Mulher registrou 3.303 teleatendimentos, seja pelo prĂłprio 180, ou 197 ou pelo e-mail vocenaoestaso@mulher.df.gov.br, ou por WhatsApp nos nĂșmeros (61) 99415-0635 e (61) 98626 1197. Fonte: HĂ©dio Ferreira JĂșnior, Da AgĂȘncia BrasĂ­lia